Pelo menos 10 mil trabalhadores atuam no polo naval e estima-se que mais de 40% não tenha nascido em Rio Grande. Com os novos empreendimentos, o número pode chegar a 20 mil, inflando o percentual de forasteiros, porque falta mão de obra especializada.
- Fizemos a P-53 (veja quadro abaixo) com o que chamamos de turma de 65. A maioria vinha do Rio, estava aposentada. Tinha atuado na indústria naval, que quase deixou de existir na década de 80. Formamos alguma mão de obra local, mas é insuficiente - conta Gilson Moreira, da Quip.
As empresas não realizam recrutamento fora do Estado. Os trabalhadores é que enviam seus currículos. Tem ainda a propaganda boca a boca, o que pode explicar a grande leva de nordestinos.
Se faltam operários no polo, também há escassez no mercado tradicional. Uma madeireira da cidade perdeu tantos funcionários que teve de recrutar uma nova leva em Arroio Grande. Os salários no comércio inflacionaram, mas não são suficientes para prender quem tem qualificação técnica para trabalhar nos estaleiros.
LINHA DE PRODUÇÃO
Os empreendimentos da indústria naval
Em operação
Estaleiro da Quip
P-53 - Primeira plataforma construída em Rio Grande. Ficou pronta em 2008
P-58 - Plataforma FPSO (casco flutuante)
P-63 - Estaleiro Rio Grande 1 (dique seco)
P-55 - Plataforma semissubmersível (Quip e Estaleiro Atlântico Sul)
8 cascos FPSOs (Ecovix)
O que ainda está por vir
Estaleiro Rio Grande 2
Navios-sonda (Ecovix)
Estaleiro Wilson Sons
São José do Norte
Estaleiro EBR (obras previstas para se iniciarem em fevereiro)
2 plataformas FPSO (P-74 e P-76)
Polo Naval
Pico de empregos ainda não foi atingido em Rio Grande
Falta de mão de obra especializada faz com que o número de forasteiros aumente na cidade
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