Depois dos resultados conquistados por Roberto Jou e Alma de Gato Cala Bassa, os americanos se encantaram com o cavalo crioulo, não só pela beleza mas também pela funcionalidade do animal.
Enquanto o cavaleiro voltou para o Brasil, o cavalo ficou para participar das duas provas restantes que completam a chamada tríplice coroa das rédeas nos Estados Unidos: a NRBC, em Houston, e o NRHA Derby, em Oklahoma City. Alma de Gato será guiado pelo cavaleiro Duane Latimer, considerado um dos cinco melhores do mundo na modalidade.
Para o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), José Laitano, o feito obtido por Jou na prova surpreendeu americanos e brasileiros.
- Foi como ganhar a Copa do Mundo. Se tivéssemos projetado um resultado tão positivo, não teria dado tão certo. Nos surpreendeu de maneira incrível - comenta.
Conforme o dirigente, essa é uma oportunidade singular para entrada do cavalo crioulo nesse tipo de competição, hoje uma especialidade dos americanos.
- Temos também ginetes brasileiros em competições nos Estados Unidos. Eles podem ser nossa porta de acesso para divulgarmos o cavalo crioulo por lá - completa Laitano.
Prova para testar as habilidades
As competições de rédea, explica Tomaz Marinho, vice-presidente da Associação Gaúcha do Cavalo de Rédeas (AGCR), fazem uma simulação das manobras realizadas no trabalho a campo e servem como base para a criação de outras competições, como as de laço e de tambor. O cavaleiro precisa executar pelo menos oito percursos, no qual se destacam o spin, giro de 360º do animal, e o esbarro, quando o cavalo vem em velocidade e para.
- O cavalo já entra com o percurso estabelecido e cabe aos juízes avaliar a qualidade de cada manobra. As notas podem variar em uma escala de menos 1,5 a mais 1,5 - explica Marinho.
Os percursos não seguem uma ordem definida, ou seja, cada campeonato pode estabelecer a sequência das manobras a serem executadas. Conforme Marinho, no Estado, a modalidade é considerada nova, com cerca de 10 anos.