Desde o início da pandemia, os respiradores se tornaram fundamentais no tratamento de pacientes com quadro grave de coronavírus. O governo do Estado, em parceria com empresas e entidades privadas, mapeou 254 equipamentos que apresentavam problemas técnicos de funcionamento. Após quatro meses, 126 já receberam manutenção e estão aptos para ser utilizados na recuperação de pessoas com a covid-19.
O secretário de Planejamento, Governança e Gestão do governo gaúcho, Claudio Gastal, explica que a complexidade do reparo varia conforme o equipamento. O gasto médio para o conserto é de R$ 4,7 mil e é bancado exclusivamente por verbas dos parceiros da força-tarefa — o valor investido somou R$ 600 mil.
Os respiradores são localizados por meio de contato dos hospitais ou de outras fontes que identifiquem equipamentos. Os aparelhos danificados passam por higienização, diagnóstico, manutenção mecânica e eletrônica e eventual substituição de peças.
Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde, o Estado conta com 3.503 respiradores em hospitais públicos e privados. Desses total, 2.386 estão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto. Nesta terça-feira, a taxa de uso dos aparelhos era de 47%.
Um dos parceiros do governo do Estado é o Instituto Cultural Floresta (ICF). O diretor de operações da entidade, Carlos Eduardo Vianna, explica que o processo de recuperação de um respirador demora cerca de um mês.
— No começo, fomos atrás de hospitais que poderiam ter equipamentos estragados. Agora, estamos à disposição para que eles nos procurem. Temos transportadoras parceiras que fazem toda a logística e entregam o respirador na empresa autorizada para o conserto — afirma Vianna.
Até o momento, o instituto auxiliou no reparo de 62 máquinas e outras 24 permanecem em conserto. O instituto previa gastar, em média, R$ 8 mil com o reparo de cada equipamento. No entanto, o valor saiu por bem menos:
— Para os 86 respiradores, o valor médio foi de R$ 1.462. Quando vamos ao mercado em busca de produtos novos encontramos preços que variam de R$ 100 mil a R$ 200 mil. A recuperação é fundamental e é uma questão de economia — explica.
Segundo Vianna, a restauração, muitas vezes, é simples. Depois de pronto, um certificado de funcionamento é emitido e os equipamentos voltam para a instituição de origem.
— Os equipamentos acabam sendo colocados de lado pelas instituições por um problema em uma válvula, uma mangueira ou a falta de fonte de energia. Nesse sentido, as empresas de conserto acabam sendo nossas grandes parceiras — avalia.
Além da Instituto Cultural Floresta, a força-tarefa conta com o apoio da General Motors (GM), Capacità Eventos, Senai, Brothers in Arms e Reginp. Informações sobre respiradores estragados podem ser comunicadas pelo e-mail gabinete@sgge.rs.gov.br.