Finalista no salto triplo na última Olimpíada, Almir Júnior se prepara para aquele que deve ser seu ciclo olímpico derradeiro. Aos 31 anos, o atleta da Sogipa revelou que deve se aposentar após a disputa dos Jogos de Los Angeles, em 2028, nos Estados Unidos.
Conforme Almir, pesa para ele a longa carreira e o cansaço após mais de 15 anos de disputa de provas e preparação para se manter em alto nível.
— A Olimpíada de 2028 é a última, com certeza. Toda vez que eu começo uma temporada nova, eu me pergunto "por que eu tô fazendo isso comigo de novo?". Eu dediquei a minha vida toda pra cá. Quero poder curtir um pouco mais a minha vida. Quero curtir os guris, a minha mulher, a minha família, e descansar um pouco de todo esse sofrimento — disse em entrevista à Zero Hora no evento de lançamento do projeto olímpico da Sogipa nesta quinta (28).
O triplista viveu um momento único em Paris. O brasileiro pediu mão da namorada Talita Ramos na pista do Stade de France pouco depois da final do salto triplo. Entre o ciclo de Tóquio e o francês, Almir trocou o jeito com que saltava. Ele saltava direita, direita e esquerda, e passou a saltar esquerda, esquerda, direita.
— Eu decidi recomeçar e mudar de perna no meio de tudo isso e fui pra duas Olimpíadas, uma com cada perna. Eu sei que eu estou hoje na melhor fase da minha vida atleticamente. Eu estou muito bem fisicamente, que era uma coisa que, depois da pandemia, eu perdi muito. Sei que ainda tenho mais a fazer. Eu sei que eu tenho desempenho pra mostrar ainda, resultado pra colocar em prática.
Depois de morar por um período em Portugal, treinando em território europeu, Almir voltou a morar em Porto Alegre após os Jogos de Paris. Ele já se prepara para o primeiro ano do ciclo para Los Angeles, com treinamentos na Sogipa.
— No início do ano, já começa a temporada indoor. Eu fiz uma mudança que depende de tempo e o que acontece é que cada dia eu estou mais maduro, cada dia eu tenho mais domínio técnico da outra perna e do trabalho que a gente tá fazendo. A tendência é evolução. Continuar evoluindo em 2025 para poder nos últimos dois estar em uma estabilidade de trabalho, sabendo o que a gente quer fazer e onde a gente quer chegar.
Ainda que tenha retornado ao Brasil, o brasileiro seguirá competindo na Europa. Ele deve abrir a temporada com a disputa do Indoor Tour, competição em ginásios fechados, que abre a temporada de 2025. No total serão 61 disputas entre janeiro e março. Foram anunciadas etapas em 19 países da Europa, América do Norte e Ásia