A caminhada de Mayra Aguiar nos Jogos Olímpicos de Paris acabou mais cedo do que poderia ser. Medalhista de bronze nas últimas três Olimpíadas, a brasileira caiu logo na primeira luta em confronto contra a italiana Alice Bellandi, número 1 do mundo.
O último ciclo da judoca da Sogipa foi bastante conturbado, principalmente pela convivência com algo que Mayra já conhecia: as dores. A brasileira optou por lutar pouco, o que a fez cair no ranking da Federação Internacional de Judô.
Aos 32 anos, fazia poucas aparições, concedia poucas entrevistas e se fechou a um círculo próximo de pessoas. Depois da derrota desta quinta, enfim falou à reportagem de Zero Hora e deixou seu futuro em aberto no judô.
— Venho brigando muito com meu corpo, lesão, com dor. A gente paga o preço, cada vez mais difícil. O preço está sendo grande. Ainda não decidi nada. Voltar para casa, ver o que eu posso fazer. (Participar de) poucas competições, para poupar. É voltar para casa e ver como fica meu corpo. A cabeça eu trabalho todos os dias, mas o corpo tem coisas que vão além — desabafou, chorando.
O confronto contra Bellandi foi como já era previsto pela comissão técnica do judô brasileiro. As duas judocas fizeram uma luta bastante tática, onde a italiana apostou nas punições contra Mayra.
— Já tinha lutado com ela algumas vezes e não aprendi a lutar esse tipo de jogo. É muito estratégico. Sempre lutei indo para cima, buscando o ippon. Treinei bastante, mas infelizmente não consegui lutar nesse jogo dela. Dói, é amargo, mas é botar a cabeça no lugar — completou.
Além de três vezes medalhista olímpica (Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020), Mayra também é tricampeã mundial (2014, 2017 e 2022) e uma das maiores vencedoras do judô brasileiro.