Alvo de fake news e de comentários ofensivos na internet, a boxeadora Imane Khelif conquistou o ouro na categoria até 66kg e transformou uma jornada dramática vivida nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 em um final feliz e histórico. Khelif bateu a chinesa Yang Liu por unanimidade dos juízes e deu o segundo ouro para a Argélia nos Jogos deste ano.
A luta foi de grande dominância de Imane Khelif, que desde o primeiro round conseguiu aplicar sequências de cruzados na adversária. Yang Liu devolveu com um golpe direto, mas a vantagem foi para a argelina na primeira etapa. O segundo e terceiro round seguiram o mesmo ritmo, com a argelina sofrendo poucos ataques e controlando a luta.
A torcida presente no estádio de Roland Garros, que sediou os jogos de tênis e a final do boxe, mostrou-se determinada a apoiar a lutadora, que parecia competir em casa.
No fim, ao contrário de algumas adversárias da boxeadora argelina, Yang Liu cumprimentou Imane Khelife e fez questão de levantar os braços da adversária, valorizando sua vitória.
A medalha de ouro vem depois de uma importante declaração do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, ao afirmar que a participação da boxeadora nos Jogos não se trata de uma ação de inclusão, mas sim de justiça. Isso porque Imane Khelif precisou ter a vida pessoal exposta para provar que não era uma mulher trans.
O boxe também definiu outros três medalhistas de ouro nesta sexta-feira. No 71 quilos masculino, o uzbeque Asadkhuja Muydinkhujaev venceu o mexicano Marco Alonso Verde Alvarez por 5 a 0, enquanto nos 92 quilos, o também uzbeque Lazizbek Mullojonov superou por 5 a 0 Loren Berto Alfonso Dominguez, do Azerbaijão.
Por fim, a chinesa Yu Wu venceu a turca Buse Cakiroglu por 4 a 1 e levou o ouro nos 50 quilos feminino.