O Comitê Olímpico Internacional (COI) reiterou apoio às boxeadoras Imane Khelif e Lin Yu-ting, cuja participação nos Jogos de Paris gerou críticas porque ambas foram reprovadas em teste de gênero realizado no ano passado.
— A argelina Imane Khelif nasceu mulher, foi registrada como mulher, vive sua vida como mulher, luta boxe como mulher. Não se trata de transexualidade — declarou o porta-voz do COI, Mark Adams, nesta sexta-feira (3).
A polêmica surgiu na quinta (1º), depois que a primeira adversária de Khelif, a italiana Angela Carini, desistiu da luta aos prantos após apenas 46 segundos de combate, nos quais recebeu vários golpes fortes no rosto.
As imagens da luta se proliferaram rapidamente pelas redes sociais, com figuras do esporte, como a ex-tenista Martina Navratilova, e da política, como a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, criticando o COI por ter autorizado Khelif a competir em Paris.
As acusações contra a argelina de 25 anos e contra a taiwanesa Lin, de 28, se baseiam no fato de que ambas foram desclassificadas do Mundial de Boxe de 2023 por não cumprirem com os "critérios de elegibilidade".
A decisão foi da Associação Internacional de Boxe (IBA), órgão que o COI retirou da organização do torneio olímpico por falta de transparência. Para aumentar a confusão, a própria IBA disse que as boxeadoras não passaram por exame de testosterona, mas por teste "separado e reconhecido", cujos detalhes "permanecem confidenciais".
— Todo o mundo quer uma explicação simples, mas não existe uma explicação que seja preto no branco, nem na comunidade científica, nem em nenhuma outra parte —afirmou Adams.
Perguntado se as duas boxeadoras passaram por testes de testosterona antes de competir em Paris, o porta-voz respondeu:
— Não! Há muitas mulheres com níveis de testosterona mais alto que homens. São mulheres em seu esporte e neste caso está estabelecido que são mulheres — disse Adams.