Arthur Elias sempre bateu na tecla de que iria para os Jogos Olímpicos de Paris para surpreender e recolocar o futebol feminino no pódio. Apesar de uma primeira fase ruim, com duas derrotas, o treinador cumpriu sua missão ao colocar a Seleção na decisão diante dos Estados Unidos. Mas ele quer mais e, apesar de elogiar as oponentes, esbanja confiança em trazer o ouro olímpico da França.
As vitórias diante da França, jogando sob apoio de 80 mil torcedores, nas quartas de final, e diante da campeã do mundo Espanha, na semifinal, com baile e impiedosos 4 a 2, aumentaram bastante a confiança da Seleção Brasileira para a vingança diante dos EUA, após derrotas nas finais de 2004 e 2008.
— Sempre falei, desde que eu assumi a Seleção Brasileira, externamente, que íamos competir e disputar com todos e colocar o Brasil no patamar que merece. Mas, para o grupo, eu sempre falei que a gente ia ser campeão olímpico ou da Copa do Mundo — completou:
— A gente está muito unido e mostrando a capacidade que o futebol feminino brasileiro tem e de que eu nunca duvidei.
Mesmo com um "bicho papão" pela frente, que já fez a craque Marta chorar duas vezes, Arthur Elias mostra confiança para a decisão deste sábado (10).
— Encaro como todos os adversários, respeitando e estudando muito, sabendo que tem grandes jogadoras do outro lado e a treinadora, para mim, é a melhor do mundo no momento — elogiou, antes de fazer um prognóstico otimista.
Arthur Elias também revelou o que pede ao time.
— Dentro de campo é competir, acreditar na qualidade das nossas atletas, no que elas podem entregar. Temos uma unidade muito forte aqui e acredito muito que podemos ser campeões — frisou o técnico, que terá alguns dias para definir se Marta volta na decisão ou se começa no banco. As jogadoras exaltaram a vaga na final e celebraram a volta de Marta, mas o treinador deixou a escalação indefinida.
— Quando você faz seis jogos em 16 dias, é preciso ter um trabalho que saiba manusear o elenco, para que elas cheguem em condição de fazer um jogo intenso, como foi a característica da Seleção sempre, e aprender com as dificuldades que se passam na competição e olhar sempre a solução e não o problema — explicou, antes de definir a camisa 10 como "a maior jogadora de todos os tempos."
Desde a estreia diante da Nigéria, a Seleção já rodou todo o elenco na Olimpíada e sempre com diversas mudanças na escalação de um jogo para o outro. Marta cumpriu os dois jogos de suspensão e está na expectativa de jogar. Ludmila e Priscila poderiam dar lugar à veterana no setor ofensivo, assim como Duda Sampaio e Gabi Nunes também podem aparecer na final.