A poucos dias da abertura das Olimpíadas, Zero Hora segue com a série que retrata grandes atletas do Brasil e do Exterior. Depois da ginasta Rebeca Andrade, a nadadora Katie Ledecky, a skatista Rayssa Leal, a ginasta Simone Biles e o velocista Alison dos Santos, confira a trajetória de Armand Duplantis.
O sucesso de Armand Gustav Duplantis vem do berço. Filho de pais esportistas, o jovem nascido em novembro de 1999, em Lafayette, no estado de Louisiana, nos Estados Unidos, decidiu representar a Suécia para homenagear sua mãe, Helena, nascida no país europeu. Ela jogou vôlei na universidade, mas se destacou no heptatlo, enquanto o pai, Greg, era praticante do salto com vara.
O esporte do pai aos poucos atraiu o jovem Armand. Ou Mondo, apelido que ganhou de um amigo italiano da família e, em tradução simples, significa mundo. Com 4 anos de idade, Armand já ensaiava as primeiras corridas e saltos. Aos 10, atingiu 3m86cm, marca forte para a idade. Mas ele ainda se dividia entre futebol e beisebol.
A escolha pela modalidade que o consagraria veio ao natural, assim como as medalhas e recordes. Em 2015, o primeiro título mundial. Em Cali, na Colômbia, com direito a recorde do campeonato (5m30cm) ele venceu a competição sub-18. Dois anos depois vieram o Europeu sub-20 e o recorde mundial da categoria sub-20 (5m90cm) em evento em Austin, no Texas. A esta altura o mundo se perguntava quando ele quebraria a marca mundial adulta.
A resposta veio em fevereiro de 2020, em Torun, na Polônia, em competição indoor, quando Duplantis atingiu inimagináveis 6m17cm. Uma semana depois, aumentou a marca em um centímetro em Glasgow, na Escócia. Como as duas provas não foram à céu aberto, restava superar a marca de Sergey Bubka (6m14cm) para ter os principais registros nos dois tipos de competição.
E em 17 de setembro de 2020, em Roma, sem presença de público por causa das restrições sanitárias pela covid-19, o Duplantis tornou-se o maior atleta do salto com vara em todos os tempos com uma incrível marca de 6m15cm, superando um recorde que durava 26 anos.
Quebrar marcas e superar barreiras se tornou mais fácil do que ter coragem para se expressar em sueco. Afinal, ele nasceu nos Estados Unidos. Mas, com o auxílio de Helena e até aulas via skype, Armand se tornou fluente e a timidez de se expressar no idioma foi superada. Uma nova barreira deixada para trás e que teve como prova final a entrevista coletiva nos Jogos Olímpicos de Tóquio, quando ele confirmou o favoritismo e faturou a medalha de ouro.
Mas uma marca ficou pendente. O recorde olímpico de 6m03cm, pertencente ao brasileiro Thiago Braz, desde 15 de agosto de 2016, quando surpreendeu o favorito francês Renaud Lavillenie no Engenhão, nos Jogos do Rio.
Mas alguém duvida que esta última barreira será superada por Mondo? Quem se atreve a dizer que não veremos novo recorde mundial, em 5 de agosto, no Stade de France? Os 6m24cm estabelecidos por Duplantis em abril em Xiamen, na China, parecem estar com dias contados. Para Mondo, só os 330 metros da Torre Eiffel são inatingíveis.