A 48 dias dos Jogos Olímpicos e com o passaporte já carimbado para a França, a nadadora gaúcha Viviane Jungblut está na reta final da preparação para a prova de maratona aquática, que deve ocorrer entre 8 e 9 de agosto.
— A nossa prova dura em torno de duas horas. São duas horas de foco total. Dá para dizer que treinei 21 anos para serem resolvidos em duas horas numa prova de 10km. Com certeza, agora a gente está treinando muito forte, com foco total na Olimpíada — afirmou a atleta nesta sexta-feira (7) no Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha.
Viviane, que há duas semanas conquistou a medalha de prata na Copa do Mundo de águas abertas, disputada no Golfo Aranci, na Itália, foi a convidada da vez do quadro Medalha Gaúcha, no qual compartilhou sua expectativa e preparação para Paris 2024.
Rotina pré-olímpica
A rotina de treinos da nadadora do Grêmio Náutico União é intensa. São 10 sessões de treino em piscina, três sessões físicas, duas de fisioterapia e acompanhamento com psicólogo e nutricionista. Os treinamentos devem seguir em Porto Alegre até julho.
— A gente embarca para os Jogos uma semana e meia antes, mais ou menos. Tem uma semana para aclimatar, principalmente por conta do fuso horário. Três ou quatro dias antes a gente entra na Vila Olímpica, faz o reconhecimento do percurso e se prepara para encarar a prova — explicou.
Se tudo sair como planejado, a disputa da maratona aquática ocorrerá no Rio Sena, que corta a capital francesa. A nadadora contou que, em 2023, esteve no evento que deveria servir de teste, mas ele acabou sendo cancelado porque a qualidade da água não estava boa.
Viviane elenca a brasileira Ana Marcela Cunha, campeã olímpica da modalidade em Tóquio, como uma das favoritas à medalha. Foi ela que ficou em primeiro lugar na etapa da Copa do Mundo na qual a gaúcha ficou na segunda posição, há duas semanas. Outra atleta citada por Viviane como uma forte concorrente foi Sharon van Rouwendaal, medalhista de ouro no Rio, em 2016.
Apesar do peso das adversárias, a nadadora do Rio Grande do Sul se vê forte para encarar o desafio que se aproxima. Segundo ela, o segredo é não pensar no resultado final, mas no processo.
— É pensar um dia de cada vez. Claro, o friozinho na barriga vai ir. É inevitável.
Superação
Viviane ressaltou que muitas vezes há uma pressão externa em cima dos competidores por parte de pessoas que não entendem todo os desafios encarados para se chegar à Olímpiada.
— A gente sabe da nossa superação, do esforço que foi para chegar ali numa Olimpíada. Eu tento levar por esse lado de um pouco mais de superação pessoal, de estar lá pronta para fazer o meu melhor. No meio da prova vai dar aquela dor, aquele cansaço, mas eu falo: “está todo mundo aqui igual, está doendo para todo mundo” — relatou.
Independentemente do resultado que alcançará em Paris, a gaúcha já está num rol bastante seleto: apenas 22 atletas disputarão a medalha de ouro nas águas do Sena em agosto.