A maior expectativa por uma medalha brasileira no Mundial de Atletismo, em Budapeste, na Hungria, esbarrou em duas barreiras. Depois de passar com o quarto melhor tempo das semifinais para a decisão da medalha nos 400m com barreiras, o brasileiro Alison dos Santos acabou com a quinta posição na prova e não conseguiu defender seu título mundial conquistado em Eugene, Ohio, no ano passado. Piu, como é conhecido Alison, concluiu a prova em 48s10, em quinto, muito longe da sua melhor marca na carreira, que é 46s29.
O brasileiro chegou a fazer prova competitiva até o final, mas bateu em duas barreiras e não conseguiu acompanhar o ritmo dos medalhistas. Favorito na prova, Karsten Warholm (46s89) ficou com o ouro, conquistando o tricampeonato mundial. Completam o pódio Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, e Rai Benjamin, dos Estados Unidos.
— Entreguei meu máximo, dei meu 100%. Senti a falta de ritmo, foi legal, estou muito feliz, grato de estar aqui. Ano que vem é Paris. Estou de volta. Mais rápido e mais forte. Bater na barreira é frustrante, mas é a vida. Somos atletas e estamos expostos a isso. Importante trabalhar com calma e sem pressa. Seguir com os treinos, saudável e chegar competitivo nos Jogos — disse ao SporTV depois de deixar a pista.
A falta de ritmo citada pelo brasileiro tem um motivo. A temporada de Alison começou mais tarde. Em fevereiro, quando se preparava para a temporada, sofreu lesão no menisco do joelho direito e teve de passar por cirurgia. Ele voltou às pistas apenas em julho e fez poucas provas desde então. Com uma natural falta de ritmo, o brasileiro não conseguiu repetir o desempenho do ano passado, quando não deu chances para ninguém nos Estados Unidos.
Esse foi o reencontro em grandes eventos entre Warholm, Benjamin e Piu. Na primeira vez, em Tóquio, o norueguês tinha levado a melhor, ficando com o ouro, seguido pelo americano e pelo brasileiro. Um ano depois, no Mundial de Eugene, em Ohio, nos Estados Unidos, Alison havia dado o troco, com o europeu terminando apenas na sétima posição.
O resultado acaba sendo frustrante pelo que Piu apresentou na etapa da Diamond League, quando também acabou sendo superado por Warholm, mas conquistou a prata na prova.
— Foi uma prova que eu tenho que rever. Dar uma olhada com calma. Foi o que eu estava preocupado. Faltava ritmo. Final é final. Fiz meu melhor na pista. Competi pouco na temporada e isso influencia, ainda mais nesse nível. Mas estou feliz de estar saudável e competir de novo. Ano que vem é Paris, estarei de volta e mais forte — completou Piu.