O pugilista baiano Hebert Conceição, sensação dos pesos médios até 75 quilos, subiu ao ringue com grandes chances de conquistar sua primeira medalha em Jogos Olímpicos. E deu certo. Na madrugada deste sábado no Brasil (tarde no Japão), num único golpe, um cruzado de esquerda, o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, atual bicampeão europeu, sofreu um nocaute técnico e o boxeador brasileiro se sagrou campeão da modalidade nas Olimpíadas de Tóquio.
A luta vinha bastante travada, com o ucraniano não deixando Conceição desferir os golpes. O brasileiro perdeu os dois primeiros rounds e quando os árbitros já contabilizavam 20 a 18 para Khyzhniak no terceiro assalto, o brasileiro conseguiu derrubar o rival.
Era a única opção de Conceição para vencê-lo. Foi aos 1min29 do último round: um golpe certeiro desativou o ucraniano, que caiu ao chão e se levantou atordoado. O juiz Muhammad Arisa Putra Pohan, da Indonésia, paralisou o duelo. No boxe olímpico, os juízes são muito cautelosos e não deixam que o lutador seja castigado. Por isso, os nocautes são raros.
Conceição foi medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 e bronze no Mundial da Rússia. No caminho até a decisão da categoria, o brasileiro precisou superar o chinês Erbieke Tuoheta, o cazaque Abilkhan Amankul e o russo Gleb Bakshi.
Hebert, de 23 anos, natural de Salvador, repete o feito de Robson Conceição, campeão olímpico na Rio-2016. O boxe brasileiro volta ao ringue da Kokugikan Arena, neste domingo, a partir das 2 horas (de Brasília) com Beatriz Ferreira, que vai disputar também a final, na categoria dos leves (até 60 quilos), com a irlandesa Kellie Harrington.
Além de Robson, Bia e Hebert Conceição, o boxe brasileiro soma mais cinco medalhas em olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016 e Bia luta por mais um pódio, enquanto Abner Teixeira ficou com bronze entre os pesados em Tóquio.