Eleita a melhor jogadora da Superliga feminina de vôlei, Thaisa teve uma temporada espetacular. Ao olhar as estatísticas da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), ela aparece na liderança nos rankings de ataque e bloqueio, além de ser a terceira jogadora que mais marcou pontos de saque na competição. Campeã mineira, da Copa Brasil e da Superliga, com o Minas Tênis Clube, a central ainda ficou com o prêmio de “craque da galera” ao ser escolhida a jogadora favorita do público.
Aos 33 anos, com duas medalhas de ouro olímpicas (Pequim 2008 e Londres 2012), uma prata e um bronze em campeonatos mundiais, cinco títulos de Grand Prix e um ouro (Guadalajara 2011) e uma prata (Rio 2007) nos Jogos Pan-Americanos, com a seleção brasileira de vôlei feminino, em um currículo repleto de muitas outras conquistas, a meio de rede voltou a atuar em alto nível, depois de sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo, que teve ruptura parcial do ligamento lateral e de parte do menisco, quando atuava no Eczacibasi Vitra, da Turquia, em 2017, e passar 10 meses lutando para voltar a jogar, Thaisa comunicou nesta terça-feira (6) que não disputará os .
Em uma carta, a atleta apresentou os argumentos que a levaram a esta decisão. O principal motivo é tentar prolongar a carreira: " Os últimos anos foram duros para o meu corpo, convivendo com dores diariamente. Não consigo ajudar ao grupo todo da forma como gosto e entendo que seja necessária. Preciso descansar e respeitar, mais do que tudo, o meu corpo, que é minha ferramenta de trabalho. Pensando na longevidade da minha carreira em clubes, é hora de me recuperar".
Leia a carta publicada por Thaisa:
“A noite de 5 de abril de 2021 ficará marcada na minha vida. Depois de um período difícil na minha carreira, marcado por lesões, dúvidas, incertezas, e em meio a uma pandemia que entristece o mundo, eu consegui sorrir novamente com o vôlei. Sorri e chorei. Cada lágrima derramada ontem era uma dificuldade que eu superei. Voltar a ser campeã da Superliga, jogando em alto nível, era algo que ninguém, há três anos, acreditava que eu seria capaz. E eu consegui. Com o apoio da minha família, do meu noivo, das minhas companheiras e comissão técnica do Itambé Minas, amigas, voltei a sentir o gosto de levantar um troféu depois de quase cinco anos.
Mas, sempre temos o amanhã. É a lei da vida. Passado, presente e futuro. E depois de um dia histórico para mim ontem, hoje, o 6 de abril de 2021, também será um dia que lembrarei para sempre. É um dia que interfere, definitivamente, no meu futuro. Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha carreira como atleta profissional. Inevitavelmente, todos querem saber se estarei com a Seleção Brasileira nas próximas competições – inclusive a Olimpíada de Tóquio. Mas, infelizmente, a resposta é não. Hoje, despeço-me da Seleção com muita, muita mesmo, dor no peito. São mais de 14 anos dedicados a defender nosso país na seleção adulta – (18 considerando a base )- e , sempre com garra e respeito que a bandeira merece. Nunca faltou amor e entrega nesta história linda para os dois lados.
E é exatamente por não conseguir mais dar esta entrega, física e mental, que eu encerro minha história com a Seleção. Os últimos anos foram duros para o meu corpo, convivendo com dores diariamente. Não consigo ajudar ao grupo todo da forma como gosto e entendo que seja necessária. . Pensando na longevidade da minha carreira em clubes, é hora de me recuperar. Conversei com meus médicos e familiares e chegamos a esta conclusão.
"Preciso descansar e respeitar, mais do que tudo, o meu corpo, que é minha ferramenta de trabalho"
THAISA
Jogadora anunciou que não jogará mais pela seleção brasileira feminina de vôlei
Quero agradecer especialmente ao Zé Roberto e toda sua família que foram fundamentais neste retorno, além da comissão técnica e todos os que me acompanharam nesta caminhada. Sem o esforço, apoio e incentivo de cada um, não sei se chegaria tão longe. O meu muito obrigada a todas as minhas companheiras que estiveram ao meu lado, dividindo viagens, concentrações, alegrias e tristezas. Carregarei sempre comigo cada lembrança. Estarei daqui , vibrando e torcendo pelo Brasil, junto com toda a população e, especialmente, com os amantes do voleibol. Estarei sempre à disposição para ajudar e, mais do que tudo, gritar e comemorar nossas conquistas.
Gratidão!”