O custo do adiamento de um ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio é estimado em aproximadamente US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões). A agência de notícias japonesa Kyodo e o jornal Yomiuri divulgaram o número neste domingo (29), citando fontes não identificadas próximas aos organizadores da Olimpíada.
O custo relatado do atraso devido à pandemia de covid-19 está de acordo com as estimativas feitas nos últimos meses. Os organizadores, o governo de Tóquio e o governo federal japonês devem apresentar um relatório no próximo mês detalhando como os custos serão divididos.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que iria contribuir com cerca de US$ 650 milhões (R$ 3,4 bilhões) para cobrir alguns dos gastos adicionais referentes à prorrogação do evento, mas ofereceu poucos detalhes. Tóquio 2020 está se tornando muito cara.
Inicialmente, o custo oficial para organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio havia sido estimado em US$ 12,6 bilhões (R$ 67 bilhões). No entanto, uma auditoria do governo realizada no ano passado mostrou que provavelmente o valor seria o dobro. Desse montante, mais da metade, US$ 7 bilhões (R$ 37 bilhões), é dinheiro público.
Em 2013, quando Tóquio foi escolhida para realizar o megaevento, o Comitê Organizador disse que a Olimpíada custaria US$ 7,3 bilhões (R$ 39 bilhões). Um estudo da Universidade de Oxford publicado no início deste ano — calculado antes do adiamento — afirmou que Tóquio 2020 será a Olimpíada de Verão mais cara da história. Até então, os Jogos de Londres 2012 eram os mais caros.
O COI e os organizadores têm feito campanha nos últimos meses para convencer os patrocinadores e o cético público japonês de que os Jogos Olímpicos podem ser realizados com segurança ainda em meio a uma pandemia.
A Olimpíada será realizada entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021, seguida pelos Jogos Paraolímpicos, a partir de 24 de agosto. Eles envolvem 15,4 mil atletas e milhares de pessoas que trabalham no megaevento, entre árbitros, funcionários, seguranças, patrocinadores e jornalistas de todo o mundo.
O presidente do COI, Thomas Bach, que esteve em Tóquio no início deste mês, disse que a vacina e testes rápidos aprimorados ajudariam a dar início à Olimpíada. Mas ele advertiu que não são "balas de prata".
Espera-se que os atletas sejam monitorados de perto, mantidos em uma espécie de "bolha" e que eles respeitem o protocolo sanitário e só saiam assim que terminar a competição. Alguns fãs são esperados nos Jogos, mas ainda não foi definido se torcedores estrangeiros terão permissão para comparecer.
O Japão controlou a pandemia de covid-19 melhor do que a maioria dos países, mas registrou um aumento de casos nas últimas semanas em Tóquio e em outras cidades. A capital japonesa estabeleceu um recorde de um dia para novas infecções na última sexta-feira (20) com 570 novos casos. O país registrou pouco mais de 2 mil mortes pela doença desde o início da pandemia.