Na data que marca a contagem regressiva de 300 dias para os Jogos de 2020, o mais nobre e tradicional esporte olímpico chega ao seu ponto alto da temporada. Nesta sexta-feira (27), começa em Doha o Campeonato Mundial de atletismo, a principal competição da modalidade antes do megaevento japonês.
As disputas a serem travadas até 6 de outubro no Estádio Khalifa, o climatizado palco que receberá jogos da Copa do Catar, em 2022, não valem vagas diretas à Olimpíada, é bom lembrar. Mas o desempenho dos atletas servirá de termômetro para medir o potencial dos candidatos a medalha em Tóquio.
Para os 44 atletas da equipe brasileira – 25 homens e 19 mulheres –, os Jogos já começaram.
— Estamos com o planejamento visando 2020. O Mundial é uma passagem de luxo, assim como tivemos a Universíade (de Nápoles, na Itália, em julho) e teremos os Jogos Mundiais Militares (em Bruxelas, na Bélgica, em outubro). São grandes eventos, em que nossos atletas já estão se preparando visando Tóquio — afirma João Paulo Alves da Cunha, treinador-chefe da delegação do país.
Mesmo com o foco na Olimpíada, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) levou projeções ambiciosas para Doha. Segundo Cunha, a expectativa é de ver atletas classificados para 10 finais – e assim superar o desempenho de Gotemburgo 1995, quando o país figurou entre os oito melhores em oito provas. Quanto a pódio, não espere ouvir nosso hino com a mesma frequência executada no estádio de atletismo de Lima, onde o Brasil faturou seis ouros no recente Pan. Em 16 edições do evento, o currículo verde-amerelo é modesto: apenas um título mundial – com Fabiana Murer, em Daegu 2011 – e 13 medalhas no total.
Apesar da pouca tradição, a equipe brasileira desembarcou no deserto com boas chances de superar as três medalhas (duas pratas e um bronze) de Sevilha 1999, a melhor participação do país na história. A começar com Darlan Romani, ouro nos Jogos peruanos e dono da segunda melhor marca da temporada no arremesso de peso.
No retorno da coluna No Pódio, o espaço apresentará atletas que prometem brilhar em Tóquio e abordará temas que envolvem o esporte olímpico brasileiro. Conheça os destaques do país no Mundial de Atletismo.
DARLAN ROMANI (arremesso de peso)
Ouro no Jogos Pan-Americanos de 2019, o catarinense de 28 anos tem a segundo melhor marca da temporada: 22m61cm – resultado que teria garantido a Darlan o ouro em todas as edições de Mundiais e Jogos Olímpicos na história.
Quando compete
Quinta (4/10) – 13h20min (eliminatórias)
Sábado (5/10) – 14h5min (final)
CAIO BONFIM (20km da marcha atlética)
No último Mundial, o brasiliense de 28 anos conquistou a única medalha do país, o bronze em 2017.
A armada japonesa domina a prova – seis atletas do país estão entre os 10 primeiros do ranking, mas só três poderão competir em Doha. Entre os inscritos, Caio tem a oitava melhor marca da temporada.
Quando compete
Sexta (4/10) – 17h30min
ERICA SENA (20km da marcha atlética)
Com a sexta melhor na prova no ano, a pernambucana de 34 anos é candidata a pódio. No Mundial de Londres 2017, bateu na trave: foi quarta colocada.
Quando compete
Domingo (29/9) – 17h30min
GABRIEL CONSTANTINO (110m com barreiras)
Com a oitavo melhor tempo de 2019 (13s18), o carioca de 24 anos tem boa chance de alinhar na final da prova. Para subir ao pódio, terá de baixar sua marca em dois décimos.
Quando compete
Segunda (30/9) - 14h5min (eliminatórias)
Quarta (2/10) - 14h5min (semifinais) e 17h (final)
ALISON BRENDOM DOS SANTOS (400m com barreiras)
Dono da sexta melhor marca da temporada, o paulista de 19 anos é a grande promessa do atletismo brasileiro. No Pan de Lima, cravou 43s45 e faturou o ouro.
Quando compete
Sexta (27/9) – 14h43min (eliminatórias)
Sábado (28/9) – 12h05min (semifinais)
Segunda - 16h40min (final)
THIAGO BRAZ (salto com vara)
O campeão e recordista olímpico já viveu dias melhores. E piores também. Depois de fracos resultados em 2017 e 2018, quando ficou distante do salto de 6m03cm que lhe valeu o ouro no Rio, o paulista de 25 anos chega a Doha com a quinta melhor marca do ano: 5m92cm. Atenção com o sueco Armand Duplantis, 19 anos, que já tem 6m05cm na carreira.
Quando compete
Sábado (28/9) - 11h30min (eliminatórias)
Terça (1º/10) - 14h5min (final)
ALMIR CUNHA DOS SANTOS (salto triplo)
Vice-campeão mundial indoor em 2018, o atleta da Sogipa conviveu com lesões que atrapalharam seu desempenho na temporada. No Pan de Lima, foi apenas o quarto colocado na prova. Mesmo assim, Almir Júnior, como é conhecido, já tem índice olímpico para Tóquio.
Quando compete
Sexta-feira (27/9) – 13h25min (eliminatórias)
Domingo (29/9) – 15h45min (final)
REVEZAMENTOS (4x100m masculino e feminino)
Os velocistas brasileiros não figuram entre os mais rápidos do planeta. Mas mostram ótimo entrosamento em uma prova que depende de delicada sincronia na passagem do bastão. Tanto que o quarteto masculino foi campeão no Mundial de Revezamentos, em maio.
Quando competem
Sexta (4/10) – 14h40min (eliminatórias feminino) e 15h5min (eliminatórias masculino)
Sábado (5/10) – 16h5min (final feminino) e 16h15min (final masculino)