Para um fisiculturista se sagrar campeão do Mr. Olympia é necessário ter a melhor avaliação dos árbitros. Os atletas são avaliados pelo conjunto completo e também por pontuações nos grupamentos musculares específicos.
Árbitro de fisiculturismo há mais de uma década, Alexandre Canova, 60 anos, explica que os conceitos básicos de avaliação na maioria dos campeonatos são: forma (silhuetado do atleta) – onde são avaliadas as proporções do(a) atleta (especifico para a categoria), volume e densidade (relacionados a hipertrofia muscular), definição e simetrias.
— Os árbitros cobram isso de todos os atletas. Quem tiver o melhor perfil relacionado a esses itens, torna-se um atleta campeão. Só que cada categoria em específico tem um desenho certo para ela, tanto a categoria masculina quanto a feminina — explica o árbitro.
Canova diz que o Mr. Olympia é a Copa do Mundo da Musculação. Neste evento estão melhores atletas, os melhores treinadores e é onde ocorrem as melhores disputas.
Para se tornar um atleta Olympia, é preciso passar por um processo seletivo, recebendo uma classificação a cada competição. Começa em competições amadoras e, após disputar e conquistar um título de competições onde se disponibiliza o Pró Card (Cartão Profissional), passa a ter direito a tentar conquistar uma vaga ao Olympia. Para conquistar esta vaga, é preciso vencer uma competição profissional que disponibiliza vaga para o grande show do Mr. e Ms. Olympia.
Canova explica que a avaliação de um atleta em um campeonato amador precisa ser equivalente ao físico em formação de um atleta Olympia, existindo diferenças de proporção, volume e definição entre os atletas amadores e profissionais.
Avaliação no Mr. Olympia
Coletivamente, os árbitros formam a nota de posição classificatória que será atribuída a cada um dos atletas. Embora os jurados prestem atenção aos grupamentos durante a apresentação, para se ter o julgamento ideal é observado o equilíbrio na harmonia do físico como um todo.
O número de avaliadores pode mudar de acordo com a competição. No Olympia, são cinco jurados, que listam os atletas em um ranking submetido ao árbitro central. Esse ranking é apurado e se transforma em pontuação.
— Os árbitros, quando vão avaliar uma competição profissional, ficam vendo os mínimos detalhes em diversos confrontos onde os atletas são submetidos. A troca de opiniões e os detalhes observados por cada árbitro da mesa são submetidos ao central, que por sua vez adiciona estas informações para uma avaliação geral em uma planilha estatística de pontuação, para chegar ao resultado final da classificação dos atletas — conta Canova.
Após a apuração, o atleta com a menor pontuação total vence. A depender do evento e da categoria, a pontuação do pré-julgamento pode ou não ser levada para a fase final. Nesses casos, a nota final é a soma da pontuação das duas etapas.
— O processo seletivo vai sendo feito entre os atletas até serem selecionados 2 ou 3 atletas, que serão os Top2 ou Top3 da competição. Colocam esses dois ou três atletas para confrontar e escolher qual será o melhor do mundo. São muitos detalhes para analisar — explica o árbitro Canova.
Ao final de tudo, os atletas premiados são anunciados do quinto colocado para o terceiro colocado, até sobrarem somente os dois primeiros, que seguem juntos ao centro do palco para o anúncio do vice campeão e do grande campeão, o Mr. Olympia.