O presidente e o vice da Torcida Jovem do Leão (TJL), organizada do Sport, foram presos, nessa quarta-feira (3), por envolvimento no ataque ao ônibus do Fortaleza, ainda em fevereiro. Os dois foram identificados como os mandantes do atentado e estão presos de forma temporária por 30 dias.
A Polícia Civil de Pernambuco identificou que um dos dois presos, o vice-presidente da TJL, já tinha antecedentes criminais também por eventos ligados a confrontos com outras torcidas organizadas. Na ocasião, ele foi indiciado por tentativa de homicídio e lesão corporal grave.
As novas detenções ocorreram no âmbito da segunda fase da Operação Hooligans, quando mais dois mandados de prisão foram expedidos pela Justiça. Na primeira fase, em sete mandados expedidos, foram realizadas quatro prisões. Agora, os seis suspeitos presos são investigados pelos seguintes crimes:
- Tentativa de Homicídio - Art. 121, Art. 14 Inc. II do CP
- Associação Criminosa - Art. 288 do CP
- Dano ao Patrimônio - Art. 163 do CP
- Provocação de Tumulto - Art. 201 da Lei 14.597 de 2023
Os foragidos
A Polícia Civil não descarta a possibilidade de serem abertas novas fases da Operação Hooligans. Neste momento, a prioridade é efetuar as prisões de três membros da torcida organizada rubro-negro foragidos desde a primeira fase da investigação.
— Os principais envolvidos no ataque estão presos: dos mentores aos executores. Mas o nosso compromisso é não descansar até cumprir todas as prisões — afirmou o diretor do Comando de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros, em entrevista ao portal ge.globo.
Ao todo, de acordo com o chefe do Core, são três foragidos. Em entrevista, Antônio Barros, detalhou a participação de cada um deles no atentado:
— Um deles estava na organização do ônibus que carregava as bombas (usadas no ataque), outro é um dos suspeitos de jogar a segunda bomba (o primeiro está preso) e o terceiro também esteve envolvido na organização para fins de ataque, sem ser mandante, mas executor no local.
Relembre o caso
O ônibus do Fortaleza foi atacado, na saída da Arena Pernambuco, após empate contra o Sport, pela Copa Nordeste. O jogo ocorreu na noite do dia 21 de fevereiro. O ataque, que aconteceu logo após a meia-noite do dia 22 nas imediações do bairro Curado, em Recife, deixou seis jogadores feridos. Eles foram encaminhados para atendimento hospitalar.
Testemunhas afirmaram que de 80 a 100 pessoas que estiveram envolvidas no atentado com bombas e pedras atiradas por pessoas que estavam "vestidas de amarelo", conforme relatado pelo CEO do Leão do Pici, Marcelo Paz. A cor remete à principal torcida organizada do Sport.
Dentre os atletas feridos, estavam: João Ricardo, Dudu, Titi, Brítez, Escobar e Lucas Sasha. O primeiro precisou de seis pontos na cabeça. Agora, todos estão recuperados.