A corrida olímpica terá dias importantes em fevereiro. E os esportes aquáticos vão abrir o calendário a partir desta sexta-feira (2) com o início do Campeonato Mundial. A competição será realizada em Doha, no Catar, até o dia 18. Serão disputas em seis modalidades: natação, águas abertas, saltos ornamentais, nado artístico, polo aquático e high diving (plataformas de no mínimo 20 metros ao invés de no máximo 10 metros, como nos saltos ornamentais).
O Brasil será representado por 63 atletas e 40 membros de comissões técnicas dos seis esportes e participará de todas provas. O Mundial de Esportes Aquáticos é o maior entre os esportes olímpicos e, de acordo com a Federação Internacional (World Aquatics), terá mais de 190 países e 2.500 atletas.
E a grande expectativa está nas águas abertas. Atual campeã olímpica dos 10 km, Ana Marcela Cunha ainda não está classificada para os Jogos de Paris e buscará carimbar o passaporte, assim como a gaúcha Viviane Jungblut, do Grêmio Náutico União. A prova acontecerá na madrugada de sábado (3) às 4h30 (de Brasília).
No Catar, elas precisarão terminar entre as 13 melhores da prova para garantir uma das vagas em disputa. A competição é a última chance para ir aos Jogos na modalidade. Em 2023, no Mundial de Fukuoka, no Japão, as três primeiras colocadas conquistaram classificação para os Jogos. Ana Marcela foi a quinta e Viviane finalizou na 26ª colocação.
— As vagas são do país, mas a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) já definiu que a classificação é pessoal, o que pode colocar as duas em Paris — comenta o técnico do Grêmio Náutico União e da seleção brasileira, Kiko Klaeser.
Alemanha, Austrália e Estados Unidos ficaram com as medalhas no Mundial de 2023 e contam como uma vaga para seus respectivos comitês olímpicos nacionais. Se terminarem entre os 13 melhores em Doha, a (o) próxima (o) atleta mais bem colocada (o) receberá uma vaga para o seu comitê, com o limite de dois atletas por país. Além disso, outros cinco lugares serão oferecidos para os melhores colocados de cada um dos cinco continentes. Porém, se o (a) atleta representar um país que tenha uma das vagas anteriores, a cota será direcionada ao próximo melhor colocado daquele continente. A França, como país-sede, tem direito a um(a) atleta, independente de se classificar ou não entre as (os) 13 melhores.
— A perspectiva é classificar as duas (Viviane e Ana). A Viviane focou só nessa prova. Temos boas chances de as duas se classificarem. No masculino, um atleta classificado será algo a ser comemorado, já que nos últimos anos não temos grandes resultados com os homens — enfatiza Kiko Klaeser. Segundo ele, a tendência é o Brasil tentar a vaga da cota continental masculina.
Entre os homens, os brasileiros que irão competir são Pedro Farias (Grêmio Náutico União) e Henrique Figueirinha (Yacht Club da Bahia). Os dois são estreantes na competição. Eles vão cair na água no domingo (4) às 4h30.
A natação servirá como eliminatória para as provas de revezamento. Nas competições individuais, o Mundial não irá ofertar vagas. As disputas começam na segunda semana de competição.
Os saltos ornamentais também valem classificação olímpica. Até o momento, o Brasil já possui duas vagas para Paris com Ingrid Oliveira e Isaac Souza, conquistadas no Mundial de Fukuoka. As disputas acontecem a partir desta sexta e vão até o dia 10 de fevereiro.
No nado artístico, a seleção brasileira estará em todas as provas da competição e tentará vaga tanto na disputa de equipe, quanto no dueto.
O Brasil disputará os torneios masculino e feminino de polo aquático. As quatro equipes de melhor colocação, que ainda não tenham assegurado vagas, obterão cotas para Paris 2024 entre os homens. Já as mulheres irão preencher as duas últimas posições em aberto. As partidas começam no domingo.
As provas do Mundial de Esportes Aquáticos serão transmitidas para o Brasil através do canal Sportv.