A festa do Kansas City Chiefs, nesta quarta-feira (14), foi interrompida por tiros disparados contra a multidão. O desfile, em Kansas City (Estados Unidos), comemorava o título do time americano no Super Bowl LVIII. Uma pessoa morreu e outras 21 ficaram feridas.
Segundo Ross Grundyson, chefe dos bombeiros da cidade, oito pessoas em risco de morte foram levadas ao hospital nos primeiros 10 minutos após o ataque:
— Há oito pessoas que se encontram em risco de morte, sete com ferimentos graves e seis com ferimentos leves.
A chefe de polícia local, Stacey Graves, confirmou a morte de uma pessoa devido ao tiroteio ocorrido nas proximidades da Union Station, a poucos metros do local onde os Chiefs comemoraram a vitória com torcedores. Até o momento, há três detidos, indicaram as autoridades.
— Estou indignada que isso tenha acontecido. As pessoas que compareceram à celebração mereciam um ambiente seguro — disse a chefe de polícia.
Os feridos foram atendidos no local pelas equipes de emergência. Um porta-voz do hospital pediátrico Mercy relatou à agência de notícias AFP que receberam pelo menos 12 pessoas — 11 delas crianças e jovens entre seis e 15 anos. Nove têm ferimentos de tiros.
Os fãs se apressavam para fugir enquanto a polícia trabalhava para esvaziar a Union Station, em um final caótico para o que foi um alegre desfile da vitória dos Chiefs. O prefeito da cidade, Quinton Lucas, foi um dos participantes que teve de correr para se proteger:
— A primeira reação é a raiva absoluta. Este é um dia há muito esperado por muitas pessoas. Algo de que se lembrarão por toda a vida. E a memória não deveria ser de uma ameaça de violência armada. Não quero que neste país, para cada grande ocasião, tenhamos que nos preocupar com a possibilidade de um tiroteio.
A tragédia levou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a pedir a proibição das chamadas armas de assalto. "O evento de hoje (quarta-feira) deveria nos mobilizar, nos chocar, nos envergonhar e nos levar à ação", disse Biden em comunicado. O presidente pediu aos americanos para "fazerem a sua voz ser ouvida no Congresso para, assim, poder ao fim agir e proibir as armas de assalto, limitar os carregadores de alta capacidade, reforçar as verificações de antecedentes e manter as armas fora do alcance de quem não tem motivo para possuí-las ou administrá-las".
Os tiros acabaram com a festa do quarto título de Super Bowl dos Chiefs, que venceram o San Francisco 49ers no último domingo, em Las Vegas.
Reação do time
O time de futebol americano chamou o episódio de "sem sentido". "Estamos verdadeiramente entristecidos pelo ato de violência sem sentido que ocorreu na Union Station no final do desfile e comício de hoje", afirmou a equipe em comunicado (veja abaixo).
O quarterback do Chiefs, Patrick Mahomes, postou "Orações por Kansas City" como uma mensagem nas redes sociais. Pouco antes, centenas de milhares de torcedores vestidos de vermelho haviam saudado Mahomes e os parceiros de equipe enquanto percorriam um trajeto de três quilômetros, em uma procissão de ônibus envoltos em confetes vermelhos e dourados.
Esperava-se que mais de um milhão de pessoas participasse do desfile. A torcedora mais famosa do time, a superestrela Taylor Swift, namorada do ícone do Chiefs Travis Kelce, não esteve nas comemorações, porque se deslocava para a Austrália, onde se apresentará. No X (antigo Twitter), Kelce escreveu: "Estou com o coração partido pela tragédia que ocorreu. Meu coração está com todos aqueles que nos acompanharam na celebração e que foram afetados. KC, você é tudo para mim".