Oito ex-atletas campeões no Mundial dos Estados Unidos, em 1994, além do ex-técnico Carlos Alberto Parreira, estiveram presentes no velório do Velho Lobo, neste domingo (7). A despedida de Mário Jorge Lobo Zagallo, neste domingo (7), no Rio de Janeiro, foi marcada pela presença intensa de nomes históricos do Tetra. Eles estiveram no Museu da CBF para dar o último adeus ao lendário ponta-esquerda e treinador da Seleção.
No histórico triunfo na Copa de 94, Zagallo era coordenador-técnico na comissão liderada por Parreira. Segundo o ex-lateral Jorginho, um dos presentes na cerimônia de despedida, o Tetra não teria sido conquistado sem a participação do Velho Lobo.
— O Zagallo sempre nos motivava. Foi ele quem mudou a minha história de vida ao me levar para o Flamengo em 1984. Me ensinou muita coisa. Hoje, como treinador, eu pego muita coisa dele, principalmente na área motivacional. Tenho certeza que não conquistaríamos o Tetra se não tivéssemos um tricampeão como o Zagallo ali com a gente — declarou.
Reserva em 1994 - apesar de ter entrado na histórica final contra a Itália -, Cafu também foi comandado por Zagallo na Copa do Mundo 1998, na França, quando o Brasil foi vice-campeão. Na despedida, o capitão do Penta destacou as virtudes do Velho Lobo como técnico.
— O Zagallo, como treinador, nunca tirou as características dos jogadores, nunca tirou aquilo que os atletas tinham de melhor. E ele procurava um jeito de fazer com que nós fizéssemos dentro de campo aquilo que ele queria, mas sem fugir das nossas características _ elogiou.
Durante o velório, o mais emocionado era o ex-atacante Bebeto, que também trabalhou com Zagallo em 1994 e em 1998.
— Quando cheguei, não conseguia falar, pois tinha vontade de chorar. O Zagallo é um segundo pai que a vida me deu. Sempre ia visitá-lo quando podia durante os 22 dias em que ficou internado. Foi também meu treinador no Famengo quando eu cheguei da Bahia. Um gande treinador e pai de família. Para mim, referência. Sou muito grato. Que ele descanse em paz agora — disse.
Meia titular da Seleção na Copa de 1994, Zinho citou o amor pela camisa da Seleção como um dos legados do Velho Lobo.
— O Zagallo me ensinou a amar a Seleção Brasileira. 90% do meu período na Seleção foi com o Zagallo. Ele é uma referência de amor para a Seleção e de respeito pela camisa amarela. Quando eu penso na Seleção Brasileira, penso no zagallo. O mundo pensa no Zagallo. Ele tinha muito prazer e amor em servir a Seleção, e este é o legado que ele deixou — declarou.
Além de Jorginho, Cafu, Bebeto e Zinho, também foram ao Museu da CBF, na Barra da Tijuca, se despedir de Zagallo o ex-goleiro Gilmar Rinaldi, o ex-lateral Branco, os ex-meio-campistas Mauro Silva e Mazinho e o ex-técnico Carlos Alberto Parreira, que participaram do Tetra. O único representante da Seleção tricampeã mundial em 1970 foi Clodoaldo, primeiro volante titular da equipe histórica treinada pelo Velho Lobo.
Também estiveram presentes no velório outros nomes com passagens pela Seleção, como o ex-volante César Sampaio, o ex-atacante Reinaldo e o técnico Tite. Nenhum dos atletas ainda vivos, que atuaram ao lado de Zagallo nas equipes campeãs mundiais em 1958 e 1962 esteve presente, assim como nenhum jogador ainda em atividade.
Multicampeão pela Seleção Brasileira, Zagallo morreu nesta sexta (5), aos 92 anos, de falência múltipla dos órgãos. O corpo está sendo velado no Museu da CBF, na Barra da Tijuca, e será sepultado às 16h, no cemitério São João Batista, no bairro Botafogo.