A primeira edição da Taça das Favelas no Rio Grande do Sul terá seu desfecho neste sábado (18), a partir das 14h15min, quando está marcada a partida entre Serranas e Boleiras, pela final da categoria feminina. Na sequência, se encontrarão River da Estalagem e Municipal, valendo o título do masculino.
Os jogos estão marcados para o Sesc Protásio Alves, com entrada gratuita, mas o ingresso deve ser retirado no site Sympla. A partidas também serão exibidas ao vivo na RBS TV.
Passando por fases municipais, regionais e os mata-matas, a Taça das Favelas RS registrou a participação de 541 equipes, envolvendo mais de 6 mil atletas. Os vencedores deste sábado irão garantir uma vaga na etapa nacional da competição, juntamente com os campeões dos outros 17 estados participantes.
Considerado o maior campeonato de favelas no mundo, a competição tem a organização da Central Única das Favelas (Cufa) e conta com o apoio do Governo do Estado, que investiu mais de R$ 500 mil na realização do torneio. Conheça mais detalhes dos finalistas.
Decisão do feminino
Serranas (Porto Alegre)
O Serra Verde, do bairro Lomba do Pinheiro, é um time multi-campeão de futebol sete. Com o nome de Serranas, se adaptou ao futebol de 11 para disputar a Taça das Favelas e, agora, está próximo do título.
Além das disputas no campo, o time tem um projeto social, conduzido pelas próprias jogadoras. Quando não estão atuando nas quadras, são elas quem dão aulas para crianças aos finais de semana. Nos jogos, contam com os pequenos e pequenas na torcida, e agora convivem com a ansiedade da decisão.
— Estamos bem ansiosas. Sabemos da qualidade do time adversário, mas focadas em sairmos campeãs — destacou a capitã Katiellen.
Boleiras (Ijuí)
Da fusão do Esporte Clube Ijuí com o Boleiras Futsal nasceu o Boleiras Futebol Clube, uma das equipes finalistas da Taça das Favelas no futebol feminino. Um time de gurias que treinam em uma quadra de futsal, mas que superaram os obstáculos no gramado de futebol para chegar à decisão da competição.
Um deles vencido pela goleira Jaca, que se descobriu uma pegadora de pênaltis, mesmo em uma trave com dimensões maiores.
— Teve decisão por pênaltis, defendi um e ainda tive que bater o da classificação. Estou preparada para tudo na final — disse Jaca.
O elenco das Boleiras é totalmente formado por moradoras de Ijuí, porém também conta com Eliane. A venezuelana de Maturín oferece um sangue estrangeiro para o time do Noroeste do Estado.
Decisão do masculino
River da Estalagem (Viamão)
Do bairro Estalagem, em Viamão, o River é um projeto social que surgiu em 2005. Após 18 anos, entre jogadores e organizadores, envolve mais de 200 pessoas.
O nome é inspirado no River Plate. Na época da fundação, o presidente e treinador, Jeferson Garcia, era fã de D'Alessandro, então jogador do clube argentino. Curiosamente, por ser gremista, a admiração diminuiu anos depois quando D'ale tornou-se jogador do Inter. No entanto, o nome do time ficou.
Entre os jogadores, com idade máxima de 17 anos, está o atacante Drew, cujo o sonho é aquele mesmo de quase todos os garotos: tornar-se um atleta profissional.
— Não vou desistir disso tão cedo — comentou Drew.
Municipal (Montenegro)
O projeto social Olé, de Montenegro, representa o Grêmio Esportivo Municipal na Taça das Favelas. O projeto nasceu em 2003 e atende 120 crianças. Agora vive seu auge, com a chegada na finalíssima do torneio.
— Teve uma época que eu catei latinha para comprar bola — lembra Alex Gonçalves, coordenador do projeto, que faz todo o esforço para manter o sonho da gurizada em pé.
O escudo do time conta com o mesmo desenho do Grêmio. Porém, as cores são azul, branco e vermelho. Em campo, os garotos buscam a conquista como uma premiação para a comunidade de Montenegro.
— Sabemos que é importante para nossa cidade esse título. Vamos com tudo — destacou o artilheiro Daniel Dutra.