Com as 16 medalhas conquistadas no último dia (10 de ouro, cinco de prata e uma de bronze), a seleção brasileira de natação encerrou sua participação nos Jogos Parapan-Americanos com 120 pódios (67 ouros, 30 pratas e 23 bronzes) – a melhor campanha da história.
Na sexta-feira (24), foram cinco dobradinhas brasileiras no Centro Aquático do Estádio Nacional de Santiago. A primeira delas saiu na prova dos 400 metros livre da classe S11 (atletas cegos), com o catarinense Matheus Rheine, que conquistou o ouro após registrar um tempo de 4min58s49. A prata foi para o brasiliense Wendell Belarmino, com marca de 5min05s18, e o bronze ficou com o argentino Sergioff Zayas, com 5min17s50.
— Os 400 m durante 13 anos foram a minha prova principal, agora eu estou mais focado nas velocidades. Muito feliz com essa escolha. Com isso, tirei um pouco da pressão dos 400 m e parece que continua dando resultado, eu me senti bem na prova, estava conseguindo separar bem cada fase dela e estou muito feliz com o que tem acontecido nos últimos tempos — disse Matheus Rheine, 30 anos, que por nascer prematuro, com seis meses e meio, sofreu com a falta de oxigenação na incubadora, o que causou Retinopatia da Prematuridade.
Na final dos 50 metros borboleta da classe S6 (comprometimento físico-motor), a mineira Mayara Petzold ficou com o ouro após registrar um tempo de 38s10, batendo o recorde parapan-americano de 40s48, que pertencia à colombiana Sara Varga, conquistado em 2019, em Lima, no Peru. A prata foi para a também mineira Laila Suzigan, com a marca de 40s56, e o bronze ficou com a mexicana Karla Bravo, com 42s65.
O paulista Samuel Oliveira chegou ao seu quinto ouro no Parapan ao vencer os 100 metros livre da classe S5 (comprometimento físico-motor) com 1min15s14, e comemorou ao lado do primo, Tiago Oliveira, que ficou com a prata ao chegar 6s11 depois, superando o colombiano Miguel Rincón, que levou o bronze.
Nos 50 metros livre da classe S9 (comprometimento físico-motor), o goiano Vanilton Nascimento (ouro) e o paulista Andrey Madeira (prata) subiram aos lugares mais altos do pódio com os temos de 26s76 e 27s32, respectivamente. O bronze ficou com o norte-americano Noah Busch.
A fluminense Mariana Gesteira garantiu o ouro e o recorde parapan-americano nos 100 metros livre da classe S9 (comprometimento físico-motor) ao bater com 1min02s26, superando a norte-americana Natalie Sims, prata com 1min05s32. A potiguar Cecília Araújo fez 1min08s33 e levou o bronze.
O carioca Douglas Matera conquistou seu oitavo ouro após terminar na primeira posição nos 200 metros medley da classe SM13 (baixa visão) com tempo de 2min24s19, batendo o recorde parapan-americano da classe S12 (baixa visão), que pertencia ao colombiano Daniel Giraldo, desde Guadalajara-2011, no México. A prata ficou justamente com o colombiano, com tempo de 2min27s62, e o bronze foi para o norte-americano William Rankine, com 2min30s48.
Já na final dos 100 metros livre da classe S2 (comprometimento físico-motor), o mineiro Gabriel Araújo conquistou seu quinto ouro na competição após registrar um tempo de 1min56s61. A prata ficou com o chileno Alberto Abarza, com 2min04s54, e o bronze foi para o peruano Rodrigo Santillan, com 2min18s92.
Com um novo recorde parapan-americano (54s63), o paulista Gabriel Bandeira venceu os 100 metros borboleta da classe S14 (deficiência intelectual). O pódio ainda teve o argentino Lautaro Maidana e o norte-americano Trevor Lukacsko.
Na final dos 100 metros borboleta da classe S14 (deficiência intelectual), a mineira Ana Karolina Soares levou o ouro com 1min19s73, superando a mexicana Citli Salinas e a canadense Justine Morrier, que ficaram com a prata e o bronze, respectivamente.
Já a fluminense Lídia Vieira conquistou a medalha de prata nos 100 metros borboleta da classe S5 (comprometimento físico-motor) ao marcar 1min26s69, recorde pan-americano da classe S4. A campeã foi a colombiana Mariana Guerrero com 1min23s61 (recorde pan-americano da prova). A argentina Ana Noriega completou o pódio.
E na última prova da natação em Santiago, o revezamento 4 x 100 metros livre (34 pontos), a equipe brasileira formada por Mariana Gesteira, Talisson Glock, Cecília Araújo e Phelipe Rodrigues garantiu o ouro com o tempo de 4min09s00. A prata ficou com os Estados Unidos e a Colômbia levou o bronze.
A disputa do revezamento teve um sabor especial para Phelipe Rodrigues. Foi a 50ª medalha em missões internacionais – Jogos Parapan-americanos, Jogos Paralímpicos e Mundiais – do nadador pernambucano de 33 anos.