A semana encerra com boas notícias para o esporte brasileiro. Além da excelente campanha nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, onde mais uma vez a liderança do quadro geral de medalhas será garantida, a confirmação de que o Brasil será sede do Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica, em agosto de 2025, no Rio de Janeiro, é motivo de grande comemoração.
O fato de ser escolhido para abrigar o Mundial, logo após os Jogos Olímpicos de Paris-2024 é de grande significado e mostra o patamar em que se inseriu a modalidade. E ter a ginástica rítmica entre as melhores do mundo na atualidade é fruto de um trabalho de muitas mãos, começando pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), que passou a investir e ver que as atletas do país tinha um grande potencial a ser explorado.
Neste sábado (25), às 13h30, no Programa Gaúcha 2024 da Rádio Gaúcha, um dos meus entrevistados será o vice-presidente da CBG, Ricardo Resende. Na conversa abordamos o crescimento da ginástica brasileira, especialmente da rítmica, o que segundo ele tem um grande nome a ser ressaltado: Camila Ferezin.
Ex-ginasta, a paranaense de Londrina foi finalista olímpica em Sydney-2000, com a equipe de conjunto, e após deixar a carreira passou a trabalhar como auxiliar e técnica interina na própria seleção, inclusive liderando a conquista da medalha de ouro em Guadalajara-2011. O trabalho rendeu elogios e o convite para se tornar a treinadora principal da equipe.
No comando da seleção, Ferezin assumiu uma equipe que buscava melhorar no ranking mundial e que estava abaixo do 20º lugar. Lembro de um entrevista que fiz com ela em Aracaju em 2013. Na capital sergipana, está localizado o Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica. Na oportunidade, ela me revelou que os objetivos daquele momento eram ter uma seleção permanente e realizar muito intercâmbio com as grandes potências para começar a sonhar com uma vaga na final das principais competições internacionais.
E uma década depois a seleção de conjunto terminou o último Mundial em quarto lugar e carimbou o passaporte para disputar os Jogos de Paris. Além da força da equipe, o individual tem nomes fortes como Barbara Domingos, que brilhou no Pan de Santiago ao lado de Maria Alexandre, que já está sendo trabalhada para os Jogos de Los Angeles-2028.
O que nos mostra, a ginástica, é que planejamento, investimento e intercâmbio são fundamentais para que uma modalidade dê resultados e não fique dependendo de fenômenos, que até podem surgir, mas que não serão eternos.