Após não comparecer a duas sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, Ronaldinho depõe nesta quinta-feira (31), na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele estava sujeito, conforme a CPI, a ser conduzido à audiência pública de forma coercitiva — ou seja, levado por policiais.
Em seu depoimento, o ex-jogador negou seu envolvimento com a empresa 18K Ronaldinho Comércio e Participações LTDA. Além disso, Ronaldinho rechaçou a informação de que seja fundador ou sócio da instituição investigada.
— Eu nunca fui sócio da empresa 18K Ronaldinho Comércio e Participações Ltda. Os sócios de tal empresa são os senhores Rafael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Eles utilizaram indevidamente meu nome para criar a razão social dessa empresa. Inclusive, já fui ouvido pelo Ministério Público de São Paulo e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na condição de testemunha — afirmou.
O ex-camisa 10 da Seleção Brasileira acrescentou que jamais autorizou o uso de seu nome e imagem pela empresa, e alega que foi vítima dos sócios da empresa. Ele esteve acompanhado por Sérgio Queiroz, seu advogado, e contou com a presença de Roberto de Assis Moreira, seu irmão, durante o depoimento à CPI.
Assis, irmão de Ronaldinho, foi ouvido pela CPI na semana passada. Ele também afirmou que ambos nunca foram sócios da empresa 18K.
— Eu e meu irmão nunca fomos sócios da empresa 18K Ronaldinho. Os sócios dessa empresa são Rafael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Aliás, meu irmão foi vítima dessa empresa e dos seus sócios, que utilizaram o nome e a imagem dele sem autorização — declarou.
O objetivo dos deputados é esclarecer a participação de Ronaldinho na 18K, empresa que teria indícios de pirâmide financeira, segundo as autoridades.
A empresa 18K trabalhava com criptomoedas e prometia rendimentos de até 2% ao dia, o que levantou suspeitas de se tratar de um esquema de pirâmide. Ronaldinho afirma que também foi lesado pelos donos da empresa.
Em 2019, o advogado de Ronaldinho, Sérgio Felício Queiroz, havia enviado nota à coluna Acerto de Contas dizendo que o contrato foi rescindido, mas o site e as redes sociais continuavam usando a marca completa 18K Ronaldinho. O defensor acrescentou que a imagem do jogador poderia ter sido usada pela empresa apenas para a venda de relógios.
"A relação que existia era cessão de imagem para venda de relógios e produtos. Não havia autorização para utilização da imagem associada a bitcoins, etc. Assim, rescindimos o contrato", dizia a mensagem.
Em 2020, Ronaldinho virou réu em uma ação civil coletiva que pedia R$ 300 milhões por danos morais e materiais por causa de sua ligação com a empresa 18K Ronaldinho.
As defesas de Rafael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino não foram encontradas pela reportagem de GZH.