Após não comparecer à CPI das Criptomoedas pela segunda vez nos últimos três dias, Ronaldinho poderá ser conduzido a Brasília pela polícia. Afinal, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da comissão, solicitou condução coercitiva do ex-jogador nesta quinta (24), quando o ex-atleta não esteve na capital federal.
Seu irmão, Roberto Assis, também intimado a depor, se fez presente na CPI. Ele negou o envolvimento dele e de Ronaldinho com a empresa 18k, que teria indícios de pirâmide financeira, segundo autoridades competentes no assunto.
— Meu irmão foi vítima dessa empresa e dos seus sócios, que utilizaram o nome e a imagem sem autorização. Inclusive, o Ronaldo já foi ouvido na condição de testemunha — afirmou Assis, citando investigações do Ministério Público de São Paulo.
Por conta da nova ausência do ex-atleta, um ofício será enviado pelo presidente da CPI para a Justiça Federal. Assim, caberá ao juiz responsável intimar o ex-atleta para depor na CPI. Caso não compareça novamente, Ronaldinho poderá ser levado pela polícia para prestar seu depoimento.
— Novamente intimado, em contato com seu advogado, que está presente, Ronaldo de Assis confirmou a participação na data de hoje. Contudo, apresentou justificativa, mas não compareceu novamente a essa reunião. Diante disso, não resta outra alternativa que não seja requerer ao juízo competente nos termos legais a condução coercitiva da testemunha a esta comissão — afirmou o deputado Aureo Ribeiro.
A defesa de Ronaldinho, no entanto, rebateu as declarações feitas pelo presidente da CPI e explicou o motivo que fez seu cliente não se apresentar na Câmara dos Deputados.
— Totalmente infundado (o pedido de condução coercitiva) e meramente buscando espetacularização. A intimação tem de ser pessoal. O Ronaldo nunca foi intimado pessoalmente. Ele, sabendo do fato, adquiriu passagem na terça, até porque o Assis voltou do Exterior, chegou ao Rio e recebeu a intimação no WhatsApp. O Roberto não tinha como ir na terça, mas disse que, se marcassem outra data, estaria presente. Para o Ronaldo nunca enviaram notificação. Sabendo que o Assis iria, Ronaldo comprou a passagem para quarta, mas o aeroporto de Porto Alegre fechou com a chuva e ele não pôde voar. Documentei primeiro no WhatsApp para o secretário da CPI e depois no email da CPI dizendo que o Ronaldo, embora não intimado, não conseguiu embarcar. Não é verdade o que foi dito pelo deputado. Ele não pôde voar por um evento climático. Se marcarem uma nova data, ele irá comparecer. Ele quer se fazer presente. Ele foi vítima do que aconteceu — relatou Sérgio Queiroz, defensor do ex-jogador, em contato com a reportagem de GZH.
Ronaldo, a partir desta sexta, estará fora do país para compromissos profissionais. No entanto, já sinalizou para a CPI que retornará ao Brasil e estará à disposição para ser ouvido na próxima semana.
Na última segunda, os advogados de Ronaldinho entraram com pedido para que ele não prestasse depoimento. Contudo, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu a solicitação. No entanto, assegurou ao jogador o direito de ficar em silêncio em relação aos fatos que possam incriminá-lo.