O nome de Ronaldinho voltou à pauta. O ex-jogador era aguardado, na terça-feira (22), na Câmara de Deputados, para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das criptomoedas. O ex-camisa 10 do Grêmio, no entanto, não compareceu à sessão. O objetivo dos deputados é esclarecer a participação de Ronaldinho na 18k, empresa que teria indícios de pirâmide financeira, segundo autoridades competentes no assunto.
Como não esteve em Brasília na última sessão, o gaúcho é esperado na audiência marcada para 10h desta quinta-feira (24), o que também não deve ocorrer. Segundo a defesa de Ronaldinho, apenas Roberto Assis, irmão de R10, foi intimado para estar na Câmara.
Para o relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), os depoentes se ausentaram de maneira irregular.
— Ouvimos até depoimento de preso de dentro de penitenciária. O tratamento tem que ser isonômico, nem mais nem menos. O senhor Ronaldinho e seus sócios têm muito a falar a essa CPI. As perguntas estão registradas. Esperamos que na quinta-feira possamos ouvi-los nesta comissão.
Na última segunda, os advogados de Ronaldinho entraram com pedido para que ele não prestasse depoimento. Contudo, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu a solicitação. No entanto, assegurou ao jogador o direito de ficar em silêncio em relação aos fatos que possam incriminá-lo.
E qual o motivo para ouvir Ronaldinho?
Mas o público em geral se questiona o motivo que faz com que Ronaldinho tenha que ser ouvido na CPI das criptomoedas. Em 2019, o órgão que fiscaliza o mercado de capitais no Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), abriu um processo administrativo para investigar denúncias sobre a empresa 18K Ronaldinho, que colocava Ronaldinho Gaúcho como garoto-propaganda ou "embaixador".
À época, o site da 18K Ronaldinho informava que a empresa surgiu em 2015 como 18K Watches, um marca de relógios esportivos, e citava que o jogador posteriormente virou o embaixador oficial. O site ainda acrescentava, no entanto, que, além das vendas dos produtos no modelo de MMN (marketing multinível), passou a operar com criptomoedas, arbitragem e operações na bolsa de valores, distribuindo lucros para os participantes.
Em 2019, o advogado de Ronaldinho, Sérgio Felício Queiroz, havia enviado nota à coluna Acerto de Contas dizendo que o contrato foi rescindido, mas o site e as redes sociais continuavam usando a marca completa 18K Ronaldinho. O defensor acrescentou que a imagem do jogador poderia ter sido usada pela empresa apenas para a venda de relógios.
"A relação que existia era cessão de imagem para venda de relógios e produtos. Não havia autorização para utilização da imagem associada a bitcoins, etc. Assim, rescindimos o contrato.", dizia a mensagem.
Em 2020, Ronaldinho virou réu em uma ação civil coletiva que pedia R$ 300 milhões por danos morais e materiais por causa de sua ligação com a empresa 18kRonaldinho.