Ao mesmo tempo em que a Operação Penalidade Máxima avança na investigação sobre o envolvimento de jogadores com quadrilhas especializadas em manipulação de resultados em jogos de futebol, um evento realizado nesta quinta-feira (11), em Brasília, debaterá mecanismos para coibir estes grupos criminosos e, principalmente, a regulamentação dos sites de apostas em território nacional.
Realizada na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a segunda edição da Cúpula da Integridade Esportiva Brasileira reúne representantes do governo federal, da área jurídica, de entidades esportivas e casas de aposta.
— Sancionar e punir me parece enxugar gelo. É isso que levo ao meu clube. É preciso educar. O que falo aqui é de uma mudança de mindset — argumentou Roberto Armelin, diretor jurídico do São Paulo, um dos palestrantes.
A primeira edição do evento, em 2019, serviu para fundar a Associação Brasileira em Defesa da Integridade Esportiva (Abradie). Agora, a intenção é se aprofundar sobre o tema, compartilhando experiências vivenciadas em outros países. Dividida em seis painéis, a cúpula se estenderá por quase nove horas.
— Aqui neste fórum, estamos abertos para o surgimento de novas ideias, mas também que a gente possa, a partir do intercâmbio de informações, concretizar novos projetos. A questão da manipulação de resultados é muito complexa e se cada ator agir de forma isolada, não vai ter sucesso. É preciso que todos atores, da iniciativa privada, poder público e entidades que organizam o esporte, estejam de mãos dadas — ponderou Rafael Marchetti Marcondes, cofundador da Abradie e presidente da Associação Brasileira de Esportes de Fantasia (AFBS).
O evento ocorrido na capital federal é organizado pela consultoria britânica International Governance and Risk Institute (GovRisk), em parceria com a igualmente inglesa Genius Sports, empresa de dados e tecnologia esportiva, que já forneceu soluções anticorrupção a dirigentes da Premier League e da Bundesliga.