O Comitê Olímpico do Brasil assegurou a presença do vôlei no Pré-Olímpico e também nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, agendados para o final do ano. A informação foi noticiada nesta segunda-feira (8) pelo GE.com e confirmada pelo Estadão. A entidade obteve a liberação junto ao Conselho de Ética para executar as ações do vôlei e, assim, não deixar atletas e seleções sem assistência.
A operação para garantir a modalidade nessas duas competições produziu um documento onde o COB se compromete a comandar o vôlei em competições internacionais. Dessa maneira, a entidade se responsabiliza pela continuidade dos projetos diretamente, sem interferência ou participação da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Ao COB também caberá a inscrição das seleções em eventos que requerem aval do comitê olímpico nacional.
O Comitê Olímpico do Brasil vem trabalhando arduamente para evitar prejuízos à temporada do vôlei desde o anúncio da suspensão do oposto Wallace em cinco anos e também da interrupção dos repasses de verba à Confederação Brasileira de vôlei por seis meses.
Para tentar contornar o problema e achar uma solução para a questão, a cúpula diretiva do COB vêm trabalhando intensamente. O presidente Paulo Wanderley e o diretor geral da entidade Rogério Sampaio se reuniram em Brasília para uma conversa com integrantes do Conselho de Ética em busca de acerto final.
Quanto aos envolvidos, o panorama é o mesmo. Wallace e a Confederação Brasileira de Vôlei estão com a punição mantida. Neste caso, porém, o Cecob respalda o Comitê Olímpico a continuar como responsável por dirigir o vôlei em competições internacionais, incluindo projetos já previstos.
Apesar do avanço em relação à participação do vôlei do Brasil nas disputas do torneio Pré-Olímpico e também do Pan, os dirigentes ainda trabalham para tentar amenizar a punição por meio de reuniões com consultores jurídicos.
— O Comitê Olímpico do Brasil cumpre, como rege seu Estatuto, todas as decisões advindas de seu Conselho de Ética. Não poderia ter sido diferente. Mas também é nossa missão promover o esporte de alto rendimento no país e dar todas as melhores condições para os atletas de todas as modalidades que compõem o programa olímpico. Por isso, buscamos desde o início alternativas para que o vôlei continuasse a receber todo apoio necessário para continuar sendo uma das modalidades mais vitoriosas do Brasil — afirma o presidente Paulo Wanderley.
Todo esse imbróglio teve início em janeiro por causa de uma postagem em que Wallace, após colocar uma foto em clube de tiro, abriu um canal de conexão com os fãs perguntando se deveria dar um tiro no rosto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diante da repercussão, o atleta apagou a postagem logo depois.
A publicação repercutiu mal e contou com a desaprovação da CBV, do COB e do Governo Federal. A Secretaria da Comunicação do Governo Federal entrou no circuito e pediu ao Conselho de Ética do COB e a CBV, a instauração de processos contra Wallace.
Suspenso provisoriamente, ele levou um gancho de 90 dias. Esse foi o início de uma disputa jurídica, já que no período havia a decisão da Superliga masculina. Dessa maneira tanto jogador como o Sada Cruzeiro trabalharam para reverter a pena.
O STJD do vôlei concedeu liminar liberando o atleta e Wallace entrou em quadra e acabou fazendo o ponto do título do time mineiro. O fato desagradou o Conselho de Ética e uma nova reunião redefiniu a punição ao atleta. De 90 dias, sua suspensão passou para cinco anos. O CECOB também puniu a CBV, que acabou desvinculada do COB e punida com a perda de repasses de verba por seis meses.
Nesta segunda, o COB publicou uma nota sobre o caso e também tornou público o ofício de esclarecimento enviado pelo Comitê de Ética.