O tom das manchetes do dia 16 de junho de 2016 foi: "Tite assume a Seleção Brasileira com a missão de evitar o vexame de ficar fora de uma Copa do Mundo." O time não só garantiu lugar no Mundial do Rússia, em 2018, como ganhou a Copa América em 2019 e fez a maior campanha de todos os tempos nas Eliminatórias para o torneio no Catar 2022.
Mesmo com uma campanha até aqui de 84% de aproveitamento em jogos oficiais (37 vitórias, oito empates e duas derrotas), o treinador de 61 anos já escreveu sua manchete para algum dia de dezembro: "Terminou. Está resolvido, estou em paz."
Sou mais inteligente do que vaidoso. A vaidade diz para permanecer, seguir como técnico da Seleção, ser o número 1 no país. Mas processos acontecem. Queria um ciclo completo, do início ao fim. Agora, podem vir outros profissionais.
TITE
sobre deixar a Seleção no fim do ano
Nos sonhos de Tite e de todos os brasileiros, esta mensagem só virá no final da noite de domingo, 18 de dezembro, data marcada pela Fifa para a final da Copa.
Mas, Tite, nem o hexa o faria mudar de opinião?
— Definitivamente, não. Terminou. Está resolvido, estou em paz. A maturidade de um profissional é saber que ciclos acontecem e passam. Saber abrir espaço para outros virem trabalhar. A comissão técnica já sabe disso há mais de um ano. Avisei que se planejassem — afirmou o treinador na segunda-feira (15), durante a entrevista dada a GZH.
Na sequência, explicou os motivos de sua decisão irrevogável:
— Sou mais inteligente do que vaidoso. A vaidade diz para permanecer, seguir como técnico da Seleção, ser o número 1 no país. Mas processos acontecem. Queria um ciclo completo, do início ao fim. Agora, podem vir outros profissionais.
Sobre o futuro, Tite não quer falar. Seu foco total está na Copa do Mundo, na montagem da lista de 26 jogadores, que será revelada no dia 7 de novembro, duas semanas antes do Mundial. Recentemente, mostrou-se irritado com especulações sobre trabalhar como treinador de clube na Europa a partir de 2023.
Com a voz empostada e olhando no olho do entrevistador, enfatizou que a decisão é pessoal e que não está vinculada a nenhum projeto já estabelecido:
— Tu me conheces, conheces minha família. Sabes a retidão e o orgulho que tenho. Não tenho absolutamente nada. E não admito falar sobre qualquer outra situação neste momento, em cima da responsabilidade e do orgulho que tenho em ser técnico da Seleção. Depois, as coisas vão acontecer naturalmente.