O Fluminense está nas semifinais da Copa do Brasil. Em jogo bastante disputado e com VAR polêmico, a equipe reagiu após sair em desvantagem de dois gols no Maracanã, buscou o 2 a 2 com o Fortaleza e garantiu, nesta quarta-feira (17), a vaga entre os quatro melhores após sete anos. A decisão foi acompanhada pelo técnico Tite, da Seleção Brasileira, e rendeu um reforço de R$ 8 milhões aos caixas dos cariocas.
Depois de realizar um grande primeiro tempo, o Fortaleza viu a história modificar-se com mudança ousada de Fernando Diniz no intervalo — trocou um zagueiro por um meio-campista — e pela postura defensiva que optou. Os cariocas cresceram e reagiram com méritos.
A arbitragem, porém, foi questionada pelo pênalti do primeiro gol do Fluminense. O Fortaleza reclamou muito que a falta teria sido fora da área, apesar de o VAR dizer o contrário. O árbitro apenas acatou, sem ir ao monitor. Os cearenses também reclamaram da posição de Cano no segundo gol.
Apesar da vantagem de 1 a 0 da ida, no Castelão, o Fluminense entrou campo ciente que não teria vida fácil. A pressão sofrida no primeiro jogo servia de lição para os cariocas, que prometiam buscar um gol para tentar abalar o empolgado oponente. Também queriam reagir após revés de 3 a 0 para o Inter no Brasileirão, no domingo. A bela festa da torcida prometia ser um combustível a mais.
Vindo de três vitórias seguidas, o Fortaleza prometia não se intimidar e atacar desde o início, e assim o fez. Corajosos, os visitantes tomaram as iniciativas e não se importaram em deixar espaços para o contra-ataque. Antes de abrir o placar, o time cearense levou dois sustos em finalizações de Cano.
Aos 11 minutos, contudo, o confronto ficou igual em lance pastelão. Thiago Galhardo saiu na cara de Fábio e bateu para defesa do goleiro. O rebote bateu em Manoel e depois em Nino para ir contra as próprias redes.
Sempre em lances criados por trás dos defensores, o Fortaleza chegou bastante ao ataque na primeira etapa. Enquanto o Fluminense lutava para colocar os nervos no lugar — Ganso, o mais exaltado e já com cartão amarelo por reclamação, bateu boca com Hércules e Titi. Quando trabalhou bem a bola, os cariocas pararam em Fernando Miguel.
O clima ficou quente no campo com entradas bruscas, discussões e falta de fair play. Árbitro brasileiro na Copa do Mundo, Wilton Pereira Sampaio optou pela conversa para tentar controlar os times.
A torcida cantava para fazer o Fluminense reagir quando sofreu mais um baque. Em novo passe nas costas da defesa, o Fortaleza voltou às redes aos 45 minutos, com Silvio Romero concluindo uma bela jogada. Zé Welison lançou, o atacante tocou para Thiago Galhardo e recebeu na frente para deslocar Fábio.
O Fluminense desceu para os vestiários sob fortes vaias e com Ganso pedindo mais atenção na "segunda bola", em sua avaliação o problema que resultou nos dois gols. Diniz optou por sacar um zagueiro, no caso Nino, para adiantar a equipe com entrada de Martinelli.
Os cariocas cresceram, mas não conseguiam finalizar com precisão para tentar diminuir a desvantagem. Até Thiago Galhardo ajudava na marcação, com o Fluminense sofrendo para furar o forte bloqueio defensivo do Fortaleza. Os chuveirinhos viraram arma, com Manoel.
Em um lance bastante difícil, uma falta em Matheus Martins fora da área acabou sendo corrigida para pênalti pelo VAR. O árbitro apenas acatou, sem ir à cabine de vídeo. Após três minutos de reclamações, Ganso bateu e diminuiu.
O jogo cresceu após o gol que levaria a decisão aos pênaltis, com ambos buscando o ataque. Thiago Galhardo perdeu de um lado (de cabeça) e Cano do outro (chutando prensado). O argentino empataria logo depois em passe preciso de Arias.
Foi a vez de o Fluminense se fechar e garantir a vaga, apesar da perda dos 100% de aproveitamento após cinco vitórias na competição. As vaias do intervalo deram lugar à bela festa dos mais de 60 mil presentes, com cantoria e aplauso caloroso.