Dono do melhor tempo do ano e vencedor das cinco provas em que competiu nos 400 metros com barreiras, Alison dos Santos não teve grandes dificuldades, neste sábado, para se garantir na semifinal do Mundial de Atletismo, disputado em Eugene, nos Estados Unidos.
Medalha de bronze na Olimpíada de Tóquio, Alison, de 22 anos, tomou a liderança da segunda bateria e visivelmente se poupou ao final, fechando em primeiro lugar com o tempo de 49s21. A semifinal será neste domingo, com a final prevista para terça-feira.
— O primeiro tiro é para quebrar o gelo, para sentir como está, para falar entrei na competição, pode relaxar e focar no próximo tiro... Um passo de cada vez, não pode deixar subir para cabeça. Vim para ganhar medalha, mas para ganhar medalha tem de chegar à final. É respeitar cada etapa correndo rápido o suficiente para chegar onde a gente quer — disse o brasileiro de 22 anos, que foi o quarto na classificação geral, atrás do estoniano Rasmus Magi (48s78), do americano Rai Benjamin, prata em Tóquio, que fez 49s06 e do norueguês Karsten Warholm, recordista mundial e campeão olímpico, que ganhou sua série com 49s34.
Outro brasileiro na prova, o goiano Mahau Suguimati ficou apenas na oitava colocação,com o tempo de 52s43. Com este resultado, terminou em 33º lugar e fora da semifinal.
Rafael Pereira e Eduardo de Deus garantem vaga nas semifinais dos 110m com barreiras
Mais dois representantes nacionais garantiram vaga nas semifinais. Nos 110 metros com barreiras, Rafael Pereira fez o terceiro melhor tempo na classificação geral, ao ser segundo na quarta bateria, com 13s23.
— O objetivo da eliminatória era correr forte, chegar com moral na semifinal, tive um errinho na quarta barreira, mas está bom, gostei da minha corrida. Antes da largada pensei que já havia feito, desde a Olimpíada de Tóquio, passando pelo Mundial Indoor, os meetings da temporada, incluindo os da Liga Diamante, várias corridas importantes. Pensei que essa era mais uma delas e entrei assim — afirmou o recordista sul-americano da prova.
Com 13s46, Eduardo de Deus foi o quarto colocado da segunda bateria e também vai tentar uma vaga na final neste domingo (17).
— Gostei do começo da minha corrida, mas faltou o final para fazer uma melhor marca. Nas semifinais é fazer o meu recorde pessoal e tentar a vaga na final — avaliou.
Já Gabriel Constantino protagonizou o momento mais dramático da prova, quando sofreu uma queda no momento em liderava a quinta bateria e acabou desclassificado.
— A barreira é uma prova que tem muitos imprevistos. Vim com a cabeça de ganhar a série, mas infelizmente aconteceu e tenho de aceitar que acabou o campeonato para mim. Peço desculpas ao meu treinador e as Forças Armadas e quero dizer que ainda não é o fim — afirmou o carioca de 27 anos.
No salto triplo feminino o Brasil não teve bom desempenho. Gabriele Sousa Santos fez 13,62m e ficou apenas na 25ª colocação. A venezuelana Yulimar Rojas confirmou o favoritismo e obteve 14,72 m, melhor marca do dia.
Nos 3.000 metros com obstáculos, Tatiane Raquel da Silva, foi a 23ª (9min26s25), enquanto Simone Ferraz(9min53s52) se classificou apenas em 38º lugar. Com estes resultados, elas ficaram fora da final que acontecerá no dia 20.
— Demorei até me encontrar na prova, estou constante na temporada, mas não nego que gostaria de estar numa final. Optei por ficar um pouco mais atrás, a líder do ranking estava na série e isso poderia ser uma marca surreal que eu não aguentasse, mas passei bem os 2.000 m. Tem muito contato, fiquei presa, não consegui passar os obstáculos direito — comentou Tatiane, que é a recordista sul-americana, com 9min24s38.