O Ministério Público (MP) acompanhará a investigação da Brigada Militar sobre atuação de policiais do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) na partida entre São José e Brasil-Pel, ocorrida em 1º de maio, no Estádio Passo D'Areia, na Capital.
A Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Porto Alegre instaurou procedimento para acompanhar o caso. Após cinco dias, não foram esclarecidas as circunstâncias que levaram Rai Duarte, torcedor do Brasil-Pel, a passar por três cirurgias e precisar ser internado na UTI no Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Ele permanece entubado. Familiares e testemunhas do episódio suspeitam da ação dos PMs.
Nesta sexta-feira, houve reunião do promotor Marco Centeno com um grupo de torcedores, incluindo membros do Conselho Deliberativo do Brasil-Pel, familiares das vítimas, a defensora pública Aline Guimarães, dirigente do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, a deputada Luciana Genro (PSOL) e Julio Alt, presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos. A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa marcou, para quarta-feira da semana que vem (11 de maio), reunião com o comando da Brigada Militar.
Houve confirmação, por parte do promotor, da abertura do procedimento. Centeno conversará com o oficial da corregedoria destacado para investigar o caso por parte do 11º BPM e ofereceu o MP para acompanhar depoimentos.
— Por ser um caso delicado e também pelo estado de saúde do torcedor, precisamos ter tranquilidade para investigar. Tive uma conversa preliminar com a corregedoria e com o comando da BM. Vamos falar mais vezes para entender a linha da investigação, as pessoas a serem ouvidas, as provas, entre outros — explicou o promotor Centeno.
A Brigada Militar instaurou inquérito para apurar a conduta de policiais na abordagem aos torcedores do Brasil-Pel. A investigação tem 40 dias para ser concluída, mas pode ser prorrogada por mais de 20 dias.