O torcedor do Brasil-Pel hospitalizado após a partida contra o São José, no último domingo (1º), realizou uma terceira cirurgia na manhã desta sexta-feira (6) em função da hemorragia no abdômen. Conforme o boletim médico divulgado pelo Hospital Cristo Redentor, onde Rai Duarte está internado, a situação ainda é grave. Ele é mantido sob sedação e ventilação mecânica.
Morador de Pelotas, o funcionário público de 33 anos foi retirado por dois policiais da Brigada Militar de um ônibus de excursão que estava próximo ao Estádio Passo D'Areia e voltaria a Pelotas após acompanhar o jogo pela Brasileirão Série C. Uma hora depois, foi encaminhado ao hospital pelos policiais com lesões no intestino. As outras cirurgias foram realizadas no domingo e na terça-feira (3).
As circunstâncias da chegada de Rai Duarte ao hospital ainda não foram esclarecidas. A mãe do torcedor, Marta Moraes Cardoso, acusa a BM de ter agredido seu filho antes de deixá-lo no hospital.
— Quero saber como o meu filho apareceu aqui nesse estado. Eles retiraram meu filho de dentro do ônibus e depois largaram aqui feito um qualquer,com hemorragia e o intestino perfurado, de tanto que bateram nele — disse Marta, embasada pelos relatos das testemunhas presentes no momento em que Rai Duarte foi retirado do ônibus.
Diante da denúncia de que teria havido excesso de violência por parte de policiais, o tenente-coronel Luis Felipe Neves Moreira, comandante do 11º BPM, afirmou que há um vídeo de Rai Duarte em bom estado de saúde dentro do hospital.
— É um vídeo da segurança do hospital. Ele entra bem, caminhando no hospital, algemado, como todos os outros 11 que foram detidos em razão da desordem que ocorreu no estádio. Ele foi levado para algumas salas no atendimento. Dura aproximadamente 40 minutos. A partir disso ele passa mal — afirmou o comandante.
As imagens fazem parte da investigação da Brigada Militar sobre o caso. O inquérito tem 40 dias para ser concluído, mas pode ser prorrogado por mais de 20 dias.