Ele já havia escrito seu nome na história ao vencer os 200m livre em 2017, na Turquia, mas o bronze desta quarta-feira (4) nas piscinas do Recreio da Juventude, em Caxias do Sul, pela 24ª edição das Surdolimpíadas, teve um gosto ainda mais especial para Guilherme Maia, um dos maiores nomes do esporte surdo do Brasil.
Quando ele bateu na borda e levou o bronze nos 100m livre, o seu coração bateu ainda mais forte. Meses antes da disputa na serra gaúcha, ele trocou a sua casa por Caxias para treinar, e nesta quarta pode dar uma felicidade enorme para todos que estavam nas arquibancadas do centro esportivo.
— Foi um desafio muito difícil pra mim porque a maioria dos atletas eram jovens. Estou muito feliz por receber uma medalha na minha casa, em Caxias do Sul. Preciso mostrar para as crianças, e eu quero ser um modelo para elas — disse através da intérprete Gabriela Couto, que o acompanhava depois do exame de doping.
Além das crianças que gritavam por Maia e lhe pediam fotos, a piscina também recebeu a presença especial da mãe do atleta, Andrea Maia, que se emocionou ao ver a primeira medalha presencialmente do filho em Surdolimpíadas.
— Eu me sinto muito feliz de ter a minha família torcendo para mim. Meus pais foram professores de natação, fico sem palavras. A família é a coisa mais importante da minha vida. Eles me dão uma energia muito positiva. Era um sonho dela me ver recebendo essa medalha.
Guilherme voltará a piscina mais três vezes em Caxias do Sul. Ele deve brigar por medalha nos 200m nado livre —prova em que conquistou o ouro em 2017, e é o atual recordista mundial —, nos 50m nado livre e nos 100m borboleta.