O Gre-Nal 435 será disputado em 9 de março, às 19h. O local será o Beira-Rio. Mas ainda há incertezas sobre a presença de público no jogo pela nona rodada do Gauchão. Uma reunião entre Inter, Grêmio, Federação Gaúcha (FGF) e órgãos de segurança ocorrerá na quinta-feira (3), às 17h. No encontro na sede da FGF, se debaterá a logística e a operacionalização da partida, agendada para 26 de faveiro e adiada após o ônibus gremista ser atingido por uma pedra e uma barra de ferro, atiradas por colorados.
Várias hipóteses estão na mesa, como jogo com portões fechados, com somente torcida do mandante ou com torcedores dos dois clubes. A possibilidade de um jogo com as arquibancadas vazias foi admitida por Ranolfo Vieira Júnior, vice-governador e secretário estadual de segurança, no program Gaúcha Atualidade de segunda-feira (28).
— Talvez nesse primeiro Gre-Nal, pela proximidade, fazer sem torcida em razão do grave fato (é uma possibilidade), mas não deve se tornar uma regra. Seria o simbolismo da falência da sociedade em relação a este tema — afirmou Ranolfo, enfatizando o que havia declarado na entrevista coletiva horas após o atentado.
Desde sábado, o presidente da FGF, Luciano Hocsman, se mostra contrário à disputa do confronto sem a presença de torcedores:
— A partir do momento em que nós adotarmos a medida de fecharmos os portões, não pela questão da pandemia, ou optar por torcida única, estamos caminhando para a falência da sociedade. E temo que o recado seja mais desfavorável do que favorável. Mas isso não passa pela Federação, tampouco pelos clubes. A segurança pública é que tem que nos passar isso — explicou, no sábado.
O Estatuto do Torcedor, de acordo com Andrei Kampf, especialista em direito esportivo, não prevê uma data limite para a definição da disputa de um jogo sem a presença da torcida. O que o documento estabelece é que a venda de ingressos precisa começar até 72 horas antes do início do jogo.
Como o Inter definiu o procedimento para renovação ou pedido de reembolso dos ingressos do Gre-Nal, caso a reunião decida por fazer um clássico sem torcida, o clube teria que definir como ressarcir quem adquiriu ingresso.