Dois dias após o ataque ao ônibus do Grêmio na chegada ao Beira-Rio para o clássico Gre-Nal, no sábado (26), que resultou em jogadores feridos, o juiz Marco Aurélio Martins Xavier, titular do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, concedeu entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha.
Na tarde desta segunda-feira (28), ele falou sobre a importância da conscientização dos torcedores e a respeito da necessidade de um trabalho conjunto e harmonioso entre todas as instituições públicas que atuam junto aos clubes e aos torcedores.
— Tem um complexo de ações que temos de adotar. A primeira é a prevenção. É um espaço de entretenimento, onde não pode ter violência. A pessoa precisa controlar o seu fanatismo — ressaltou, mostrando otimismo acerca do tema, ainda que o caso ocorrido antes do Gre-Nal 435 tenha acabado com o volante Villasanti sendo encaminhado ao hospital após ser atingido por uma pedra.
— Eu acho que é bem possível vencer esta violência nos estádios. Ainda que tenhamos ocorrências pontuais nos últimos meses, vejo que, de modo geral, tivemos uma contenção dos atos de violência. Hoje, a ocorrência mais incidente nos estádios é de posse de drogas. Não é tumulto, não é lesão corporal, não é desacato — acrescentou.
Com a experiência de quem trabalha com o tema há anos, Marco Aurélio citou dois pilares que contribuem para tornar o ambiente do futebol mais violento.
— A violência nos estádios responde por dois nomes: fanatismo e rivalidade, que é algo que precisa ser combatido no ambiente das torcidas, e não falo somente das organizadas. Neste episódio do Beira-Rio não temos clareza ainda se teve participação de organizada. Se tiver, vai ser responsabilizada — concluiu o juiz.