O caminho de Marina Rodriguez começou em Bagé e, neste sábado (9), estará em Las Vegas. A gaúcha de 34 anos fará a luta principal do UFC Fight Night 194 contra uma das lutadoras mais expressivas do cenário mundial: Mackenzie Dern, que nasceu nos Estados Unidos, mas tem pai e dupla nacionalidade brasileira.
Marina nasceu no Rio Grande do Sul em 1987. Mas foi em Florianópolis, onde vive atualmente, que começou a praticar o MMA. Profissional desde 2015, cresceu rapidamente na carreira — entrou no UFC em 2018 e já vai para a segunda luta principal de um card em sequência.
GZH conversou com Marina Rodriguez sobre a expectativa sobre a luta, a preparação e a sua ligação com o Rio Grande do Sul.
Como é a experiência de lutar em um evento principal do UFC?
Fazer uma luta principal dentro do maior evento de MMA do mundo é algo sensacional, porque é a oportunidade que o UFC está me dando de fazer cinco rounds, de ser a luta principal do evento. Isso significa que meu trabalho está sendo bem reconhecido. Fazer o segundo main event consecutivo mostra mais ainda a credibilidade que o UFC está me dando, de saber que a minha luta é digna de fazer o evento principal da noite. Isso é uma alegria imensa. Eu fico muito feliz de poder mostrar meu trabalho em cinco rounds e poder fazer com que o mundo inteiro espere para assistir à luta principal. É fantástico.
A Mackenzie Dern é uma personalidade do MMA e vem de uma sequência de quatro vitórias. Como você se prepara para lutar com ela?
A Mackenzie é uma atleta bem popular, tendo em vista que ela fez uma carreira brilhante dentro do jiu-jitsu e vem de quatro vitórias no MMA, onde ela conquistou, mereceu essas vitórias, fez excelentes lutas. Eu sempre me preparo para lutar contra as melhores e acredito que ela vai ser um grande desafio, tendo em vista toda experiência que ela tem no jiu-jitsu. Porém, é uma luta de MMA. Eu me preparei, sou uma atleta bem completa, estou me preparando sempre em todas as áreas. Claro, meu jiu-jitsu vem evoluindo a cada luta, a cada dia, e tenho certeza de que eu vou estar muito bem preparada para enfrentar a Mackenzie Dern.
Qual é a tua ligação com o Rio Grande do Sul? Ainda mora aqui, vem seguido a Bagé?
Eu nasci em Bagé, vivi praticamente metade da minha vida lá. Foi lá onde eu dei meus primeiros passos em todos os esportes. Sempre pratiquei todos os esportes no colégio. Acredito que essa infância tão ativa que eu tive na minha cidade natal fez a diferença em despertar esse meu lado de atleta. Eu consegui adquirir, voltar a ter essa chama de ser uma atleta depois que eu me mudei para Florianópolis, onde eu encontrei o muay-thai com meu mestre Marcio Malko, na academia Thai Brasil Floripa, e onde o meu treinador e o esporte em si me deram um futuro promissor dentro do MMA. A minha ligação com o Rio Grande do Sul ainda é forte, porque tenho toda minha família lá. Apenas meus pais e meus irmãos que moram aqui em Florianópolis, e meu irmão mais novo só que está agora em São Paulo. O resto da minha família toda ainda está em Bagé. Tenho uma ligação forte com a cidade, sim, só não consegui ir ainda lá visitar porque eu não paro de trabalhar, eu não tenho férias. Depois que eu conquistar o cinturão, tudo dando certo, com certeza eu vou conseguir voltar lá, visitar todo mundo e matar a saudade do meu Rio Grande do Sul.
Tu te vês preparada para lutar pelo cinturão da categoria se vencer a Mackenzie?
Com certeza. Quando chegar a oportunidade do cinturão, eu vou estar preparada. A gente sempre fala: a gente não promete a vitória, mas uma excelente luta, um combate de tirar o fôlego, com certeza isso a gente vai prometer. É o que eu faço em todas as minhas lutas. Vou estar preparada quando a oportunidade do cinturão chegar, independentemente de qual momento for, porque a gente já está trabalhando há muito tempo para que isso aconteça. Claro que ainda não é minha vez, então tenho de passar por alguns desafios antes, fazer mais lutas, e, agora, vencendo a Mackenzie Dern de uma maneira bem expressiva, pode ter certeza de que eu vou estar na boca do cinturão, vou estar à espera dessa grande oportunidade.
Tu mudaste de peso na luta anterior, no peso mosca, e agora voltou para o peso palha. Por que a variação e em qual categoria tu te sentes mais confortável?
Minha última luta contra a Michelle Waterson no main event do UFC em maio, eu aceitei lutar na categoria de cima, nos 57 quilos, porque tive o aviso da luta. Fui chamada com 12 dias de antecedência. Então, só o que me impedia de aceitar essa luta era o peso, porque eu até consigo bater 52 quilos em 10 dias, mas acreditei que não ia entregar uma boa luta. A adversária e eu acordamos em lutar nos 57 quilos. Então, foi uma luta de peso palha, só que não precisaram ter o desgaste de chegar no 52 quilos, por isso que lutamos no 57. Só para poder entregar uma luta principal com excelência. Uma luta boa, que todos iam gostar de assistir. A minha categoria é o peso palha naturalmente, meu físico é para essa categoria, então não mudaria para a de cima novamente, a não ser com essa exceção da adversária também aceitar. A minha categoria original é a peso palha, e é onde vou continuar.