O ex-jogador e ídolo do Inter Paulo Roberto Falcão participou por telefone do programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, neste domingo (22). Em casa com a esposa Cristina Ranzolin e a filha, o tri-campeão brasileiro advertiu sobre a necessidade de isolamento social para prevenção do coronavírus. O ex-comentarista e técnico ainda projetou soluções para o futebol neste momento de pandemia.
— Não tem uma forma definitiva. Pegou todo mundo desprevenido. A situação é tão grave a absurda que ninguém sabe o que vai ser feito. Temos que pensar em como passar este ano no futebol com menos perdas. É preciso criar situações e fazer o que é possível, não o melhor — analisou.
Em âmbito estadual, Falcão reconheceu que as definições sobre o Gauchão podem gerar descontentamento em alguns dirigentes, mas que todos devem ser sensatos para evitar tragédias ainda maiores:
— No Rio Grande do Sul o campeão vai ser o Caxias e vão reclamar que só teve um turno de campeonato. Times que caírem precisarão ter mais tempo para se recuperar e voltar à atividade no ano que vem. Teremos de ter bom senso. O que podemos tirar de lição? Vai se perder muito, mas é preciso planejar.
Conhecido como "Rei de Roma", o ex-comentarista relatou conversas com amigos italianos que enfrentam a crise no epicentro da doença na Europa. A Itália já registra mais de 4 mil mortos pela covid-19, números superiores aos da China. Ele diz que a região do norte do país, mais afetada do território, se recuperará porque tem condições econômicas, mas que o momento é grave.
— No começo acharam que era exagero, porque leva um certo tempo a se acreditar nas notícias e ver o estrago. Depois foi tarde demais. Se não fosse a Itália, com a estrutura e condição que existe lá, seria uma tragédia ainda pior — ponderou Falcão.