Tornar-se um jogador de futebol não foi nada fácil para Marcelo Pereira da Costa, o Marcelo Costa, ex-Grêmio, gaúcho de Campinas do Sul, cidade na região norte do Estado, próxima a Erechim. Aos 13 anos, ele desistiu pela primeira vez. Aos 14, de novo. Só aos 15 entrou na base do Juventude, em Caxias do Sul. No Alfredo Jaconi, foram seis temporadas, incluindo a formação e o primeiro contrato como atleta profissional. Em 2004, ganhou a chance de jogar na Europa, negociado com o Nacional da Ilha da Madeira.
Mas foi no Grêmio, em 2005, que Marcelo se projetou. A presença dele no meio-campo foi fundamental para levar o Tricolor ao título da Série B do Campeonato Brasileiro. O sucesso foi tamanho que o Palmeiras o contratou no segundo semestre de 2006. Em São Paulo, as atuações não empolgaram, e Marcelo acabou emprestado diversas vezes para quatro clubes em cinco anos: Juventude, Ipatinga, Caxias e Goiás.
A partir do término de seu contrato com o Palmeiras, o jogador peregrinou mais cinco temporadas por São Caetano, Joinville e Paysandu, onde encerrou a carreira antes de completar 36 anos. No calor de Belém do Pará, o cansaço após os treinamentos dava o indício de que algo não estava certo. Ao jornal Pioneiro, de Caxias do Sul, Marcelo contou o começo do drama:
— Em maio, depois de um treino, fui para casa e me senti muito mal. Fui ao hospital. Lá que foi reconhecido que eu estava com insuficiência renal avançada. Na mesma hora, tive que parar de jogar e tomar um novo ritmo de vida.
Ainda em 2016, Marcelo Costa iniciava uma mudança de rotina. Ao invés das sessões de hemodiálise em hospitais e outros estabelecimentos de saúde, optou pelo tratamento com a diálise peritoneal. O procedimento é realizado em casa e exige do ex-jogador 10 horas diárias com o sangue passando por filtragem através de um cateter. Além disso, Marcelo está na lista para um transplante de rim, uma das esperanças dele para que tenha o quanto antes a cura da insuficiência.