O Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina pediu nesta sexta-feira (23) o bloqueio de R$ 9,6 milhões do Figueirense para pagamento de salários atrasados dos atletas. A ação movida pede o bloqueio de bens de 12 réus, entre dirigentes do clube, como o presidente Cláudio Honigman, a empresa Elephant e seu administrador, Cláudio Vernalha, até que a quantia pedida seja atingida.
O Ministério Público também quer que o Figueirense pague todos os tributos devidos, como FGTS, verbas rescisórias e indenizações. O órgão fiscalizador abriu três inquéritos contra o clube desde 2015. São 177 ações trabalhistas contra o time catarinense.
O Figueirense afirma que os dirigentes e o departamento jurídico do clube não foram notificados da ação.
Na última terça-feira (20), os jogadores do time se recusaram a entrar em campo para enfrentar o Cuiabá, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Eles reclamam de repetidos atrasos nos pagamentos de salário, direito de imagem e recolhimento de contribuições. A equipe sub-20 e sub-23 também entraram em greve logo depois.
O Figueirense é uma sociedade anônima desde 2018 e o futebol é administrado pelo grupo Elephant.
— Não começou de uma hora para a outra. São reiterados atrasos. O clube deixa passar três meses e paga um salário. Depois espera quatro meses e paga dois. Chega a hora em que o atleta fica com a faca no pescoço — afirma o advogado Filipe Rino, representante legal do grupo.
Pessoas próximas aos jogadores disseram à Folha de S.Paulo que alguns deles venderam carros para pagar contas acumuladas. Há casos de atrasos de pensão alimentícia e garotos das categorias de base estão ameaçados de despejo por não receberem ajuda de custo.