Ao contrário da estreia peruana na Copa América, quando a torcida pintou as ruas de Porto Alegre de vermelho e branco, os hinchas do Peru tiveram presença mais acanhada no retorno da seleção de Ricardo Gareca à Capital. Em busca de vaga na final da competição, a equipe de Paolo Guerrero enfrenta o bicampeão Chile, na Arena do Grêmio, às 21h30min desta quarta-feira (3). No entanto, apesar da importante decisão, a festa promete ser tímida na fria noite gaúcha.
As ruas no entorno da casa gremista eram reflexo da baixa expectativa de público para a partida. Quatro horas antes do jogo, os poucos torcedores que se aglomeravam nas proximidades procuravam aquecer-se nas raras aparições de sol. Mas nem mesmo a temperatura na casa dos 10ºC diminuiu o otimismo peruano.
É o caso da família Gallegos. De Lima, Wilbert veio acompanhado de sua esposa Milagros Garcia e seu irmão Eliseo após conseguir ingressos de última hora.
— Quando o Peru se classificou fui correndo comprar ingresso. Demorei um dia, quando consegui não acreditei. Pegamos o primeiro voo com lugares vagos e chegamos aqui pela manhã. O frio a gente aguenta. Tudo pelo Peru. Vamos vencer por 2 a 0, os dois do Guerrero — disse Wilbert, enrolado em um bandeirão com as cores do Peru.
Os chilenos, maiores compradores de ingressos nessa Copa América — depois dos brasileiros —, eram os mais animados no quesito cantoria. Se apresentavam em mesma proporção que os peruanos, em clima pacífico, mas com confiança exacerbada.
— Chi Chi Chi Le Le Le, viva Chile — entoavam os pequenos grupos por onde passassem, com seus rostos pintados e o bandeirão às costas.
Para Erico e Stefano Garcia, pai e filho, de Santiago, não existe outra possibilidade de resultado em Porto Alegre se não um largo placar para a equipe de Rueda no estádio tricolor.
— Vai ser 4 a 0, vamos passar fácil e amassar o Brasil depois. Vai ser uma festa maravilhosa no Maracanã — previu o patriarca a caráter, aos pés da Arena.
Depois de dois terceiros lugares consecutivos e uma eliminação nas quartas de final, o Peru quer ser postulante ao título inédito. A Seleção Brasileira na final não assusta, apesar da goleada na fase de grupos. Estar entre as duas melhores nações da América já é conquista suficiente para os torcedores. Por outro lado, o Chile quer juntar-se a Argentina e ser a segunda seleção a conquistar o tricampeonato da competição.
Ambos desejos passam pela despedida da Arena do Grêmio da competição. A final está marcada para o Maracanã, às 17h, de domingo.