Após rumores do fim da carreira no futebol de Adílson, do Atlético-MG, o volante, de 32 anos, anunciou na tarde desta sexta-feira (12), na Cidade do Galo, a sua aposentadoria precoce. Em entrevista coletiva, o ex-jogador do Grêmio confirmou que terá de deixar o esporte pela descoberta de problemas cardíacos.
Adilson estava afastado dos treinamentos do clube desde a semana passada, quando foi liberado para resolver questões particulares. Participaram do anúncio o médico do time mineiro, Rodrigo Lasmar, e o diretor de futebol, e Rui Costa. Os jogadores do elenco acompanharam a coletiva.
— Eu não preparei nada em especial. Vim aqui agradecer todo o apoio, todo o suporte do departamento médico, do presidente. Agradecer essa rapaziada que está aqui. É isso o que nos fortalece. Agradeço todos vocês por tudo o que vocês têm feito. Não só por este momento, mas por tudo o que passamos pelos últimos anos. A relação comigo foi sempre de muito respeito e apoio — disse um emocionado Adilson, que deverá ter um cargo no clube, ainda não definido.
Adilson está no Atlético-MG desde 2017, vindo do Terek Grozny, da Chechênia. Ele iniciou a carreira no Grêmio, onde atuou no time profissional de 2007 a 2011.
O cardiologista Haroldo Aleixo explicou que outros dois profissionais foram ouvidos antes de Adilson ser comunicado da necessidade de encerrar a carreira:
— Fizemos uma avaliação na intertemporada que caracterizou uma cardiomiopatia, uma doença cardíaca que o impede de seguir como atleta profissional de futebol. A partir desse momento, nossos primeiros cuidados foram discutir com outros dois médicos sobre diagnóstico e conduta. Houve uma unanimidade em relação à conduta, definir por abreviar a continuidade da carreira do Adilson como atleta de futebol. E prosseguiu:
— O atleta passou por algumas avaliações protocolares estabelecidas na literatura internacional. Isso foi feito desde o início. Porém, o Adilson tinha algumas características específicas que nos faziam ter um cuidado especial em monitorá-lo. Essas baterias de exames são refeitas periodicamente, conforme determinado pela literatura médica da cardiologia do esporte. Dentro dessas várias baterias de exames, em todas elas, menos na última, o que se constatou é que ele estava perfeitamente apto para a prática do futebol, sem riscos. Nessa última avaliação, identificamos a cardiomiopatia hipertrófica, que o impede de seguir jogando com segurança.
O que é a Cardiomiopatia hipertrófica?
Cardiomiopatia hipertrófica ou miocardiopatia hipertrófica é uma doença do músculo cardíaco na qual uma porção do miocárdio (músculo do coração) está hipertrofiada (mais grosso) sem nenhuma causa óbvia, criando uma deficiência funcional do músculo cardíaco, o que pode causar arritmia ventriculares em jovens atletas, podendo causar desmaios, infarto do miocárdio e morte súbita.