Neymar, e a acusação de estupro feita a ele, dominaram a entrevista coletiva do técnico da Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis, nesta segunda-feira (3). Apesar de ter um amistoso contra o Catar agendado para esta terça (4), Tite teve de responder sobre o atacante do PSG em quase todas as perguntas.
— Tem um tempo para que as pessoas possam julguem os fatos. Eu não vou me permitir julgar. O que posso passar é que são três anos de convívio com Neymar, e os assuntos pessoais que tratamos foram leais. Eu não posso julgar — declarou o treinador.
Tite também foi questionado se este é o seu momento mais crítico da carreira como técnico de futebol, já que entra na Copa América pressionado pela busca do título. Descrevendo-se "em paz", ele admitiu que conversou com o camisa 10, mas não quis revelar o teor desta conversa.
— O momento mais agudo na minha carreira foi no primeiro clube em que eu trabalhei. Um ato de indisciplina no Guarani de Garibaldi. O atleta foi tomar uma cerveja no bar do clube, porque tinha ficado na reserva. Quem me conhece sabe. Se vocês buscarem os atletas, eles vão relatar para vocês. É a mesma coisa. Tive duas conversas com ele (Neymar), mas elas são particulares. Nós sabemos o que nós falamos. Não tem meia verdade — comentou ele.
Esta não é a primeira vez que o comandante da Seleção tem de comentar situações extracampo de Neymar. Depois de agredir um torcedor do Rennes, na perda da Copa da França, o atleta perdeu a braçadeira de capitão. Por isso, a importância do jogador foi questionada.
— Tecnicamente, ele é imprescindível — manifestou Tite, para depois completar em outra resposta — Um atleta da qualidade do Neymar é imprescindível, mas insubstituível ninguém é — concluiu.
Durante a entrevista, Edu Gaspar, coordenador técnico da Seleção, revelou ainda que a CBF contratou uma assessoria jurídica para auxiliar no tratamento do caso.
— Devido à importância do caso, a primeira coisa que fiz foi buscar assessoria jurídica. A partir daí, pedi para tentar resolver o caso o mais rápido possível e da melhor maneira possível, para que o atleta possa estar com a cabeça na Seleção Brasileira e na Copa América — disse Gaspar.