Em 2015, o Brasil participou pela primeira vez de uma edição da Copa do Mundo de futebol americano. Foram muitas confusões naquela edição. A sede mudou da Suécia para os Estados Unidos às vésperas do torneio. A mudança gerou a desistência de Alemanha e Áustria, além da perda da vaga sueca. Só a França representou a Europa. Para piorar, o Canadá deistiu de última hora e forçou a realização de um torneio com o sistema imperfeito — o Brasil venceu a Coreia do Sul e, com isso, ficou em sétimo, enquanto os asiáticos ficaram em sexto.
Os anos seguintes foram de disputas entre a parte norte-americana e a parte europeia da confederação que organiza o futebol americano no mundo. Depois de meses de brigas, o canadense Richard MacLean assumiu a presidência da entidade com o objetivo de unir os líderes do esporte e de expandir uma modalidade que é tradicionalmente regional.
Em entrevista ao Prime Time, MacLean falou sobre a organização do Mundial de 2019, na Austrália, e sobre o cenário do futebol americano no Brasil.
Por que vocês escolheram a Austrália para receber a Copa do Mundo em 2019?
A Austrália tinha a candidatura mais compreensível e com o suporte da maior comunidade esportiva. Com o crescimento do interesse do futebol americano no país, foi uma escolha muito positiva pela Ifaf.
Como você vê o desenvolvimento do futebol americano no Brasil?
O desenvolvimento no Brasil é parecido com o de outros países que estão começando. Demanda-se treinadores e infraestrutura para qualquer novo esporte. Uma tarefa muito complicada e cara se você está falando de times de tackle com 11 jogadores. É por isso que a modalidade sem contato e com menos de 11 jogadores está realmente se expandindo ao redor do mundo.
Recentemente, a Ifaf teve algums problemas entre membros europeus e norte-americanos. Está resolvido?
Os problemas que a Ifaf encara como uma federação internacional relativamente nova não são incomuns de acordo com membros do Comitê Olímpico Internacional com quem falei. Nós crescemos realmente rápido em uma década, e agora precisamos construir uma base sólida e assegurar que a estrutura devida está ajustada para o crescimento efetivo e positivo.
Você acha que é possível reduzir o domínio dos Estados Unidos nas competições internacionais?
Toda vez que você tem um um país em que joga a maior parte dos melhores atletas do esporte, é difícil superar isso. Como o Canadá no hóquei ou a Nova Zelândia no rúgbi. Mas como vimos, a seleção sub-19 do México bateu os Estados Unidos outro dia, então isso pode acontecer. Outros países estão evoluindo. O Canadá, que defende o título sub-19, venceu o México na decisão.
A Ifaf recebe alguma contribuição de ligas profissionais, como NFL e CFL?
A Ifaf atualmente não recebe nenhum recurso regular de nenhuma delas.
Você prevê uma Copa do Mundo de futebol americano no Brasil?
O Brasil tem capacidade de sediar uma Copa do Mundo no futuro. Depende do quão rápido o esporte cresce em popularidade e no quão interessada a federação está em receber o evento.
Estatística da semana
0-0-1.
Esta é a melhor campanha do Cleveland Browns depois da semana 1 desde 2004. É isso mesmo. Depois de perder 13 vezes consecutivas na estreia, o Browns segurou um glorioso empate com o Pittsburgh Steelers e teve o seu melhor resultado para começar o ano. Não que isso seja muito significativo, mas é evidente que Cleveland tem muito mais talento do que o time que perdeu todos os jogos em 2017.
A última vitória do Cleveland Browns em uma abertura de temporada, em 2004, foi uma vitória por 20 a 3 sobre o Baltimore Ravens. Não adiantou muita coisa, porque o Browns terminou aquele ano com quatro vitórias e 12 derrotas, em último lugar na AFC Norte. Mas custou caro ao Ravens, que teve nove vitórias e sete derrotas e ficou fora dos playoffs.
Jogador fora do radar
Austin Ekeler é um running back pouco convencional. Mas é previsto que tenha um papel interessante no ataque do Los Angeles Chargers. Se Melvin Gordon é o titular absoluto, Ekeler surge como uma alternativa para mudança de ritmo e característica do time liderado por Philip Rivers.
Ekeler não foi draftado em 2017. No ano de calouro, teve 279 jardas aéreas e 260 jardas corridas. Este ano, na derrota do Chargers para o Chiefs, anotou 87 jardas aéreas (com um touchdowns) e 39 jardas corridas. Esta é uma tendência do seu estilo. Mesmo sendo running back, recebe mais do que corre entre os tackles.
Fique de olho
O termo "mismatch" é utilizado no futebol americano para descrever uma discrepância considerável em um duelo. Pode ser entre jogadores, entre times ou entre unidades — seja por desparidade técnica ou por características, estilos de jogo. E o maior mismatch da semana 2 da NFL está no jogo entre Los Angeles Rams e Arizona Cardinals.
O Rams, que construiu uma das melhores linhas defensivas da liga, encara o Cardinals, que tem uma linha ofensiva das piores. O confronto não é nada agradável para Sam Bradford e o seu largo histórico de lesões no joelho. O novato Josh Rosen aguarda do banco — e não seria prudente dar a ele uma oportunidade em um confronto como este.