Miguel Borja estava em baixa até marcar dois dos quatro gols do Palmeiras na goleada sobre o Vasco, no último domingo. O jogo no Allianz Parque foi o primeiro de Cuca nesta nova passagem pelo clube. Pelas palavras do atacante colombiano nesta segunda-feira, não foi coincidência.
- Eu falei com o profe e foi algo especial. Pela forma como ele falou comigo, me senti identificado com ele, senti que tinha toda a confiança. Ele pediu que eu sentisse que essa camiseta e esse escudo, eram meus. Assim teríamos mais desejo de ganhar, deixar tudo pelo time. Quando o profe Eduardo estava aqui, eu não me sentia o pior. Agora que trocou, não me sinto o melhor. Tenho que trabalhar, melhorar muita coisa, ajudar mais a equipe - disse o goleador, que se encantou não só com a confiança demonstrada por Cuca, mas também com o conhecimento do treinador sobre a equipe adversária.
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- O profe conhecia muito os zagueiros do Vasco, conversou comigo sobre as condições que eu teria, as dificuldades que teria, me falou qual dos dois é mais rápido, o que é importante. Sabemos que o profe analisa muito bem os rivais e me sinto afortunado de que ele me dê confiança - emendou.
Com Eduardo Baptista, o cenário estava bem diferente. Substituído com frequência, Borja se irritou no jogo de volta contra a Ponte Preta, pela semifinal do Paulistão, e chutou um copo d'água ao sair do campo. O técnico não escondeu que a atitude não lhe agradou. Segundo o colombiano, isso não vai mais se repetir. Aquele "momento de tensão" ficou no passado.
- Foi algo que acontece quando você está com a cabeça quente. Me desculpei com o Eduardo, com todo o grupo, a todos. Não costumo ter esse tipo de reação. Ficou para trás, não vai se repetir. Foi em um momento de tensão que toda a equipe estava vivendo. Aprendi muito com o Eduardo, com a paciência dele, a humildade que ele tem, penso que isso é fundamental - declarou.
Eduardo cobrava que Borja ajudasse mais a equipe sem a bola, algo que o próprio admite ainda ser um defeito. Cuca também sabe que esse fator tem de ser trabalhado, mas preferiu começar sua relação com o jogador passando confiança a ele: na sexta-feira, garantiu que ele ficaria em campo por 90 minutos contra o Vasco e disse que queria vê-lo "sem medo de ser substituído". Foi ótimo para um atleta que vinha de cinco jogos sem marcar gols e que começou o jogo anterior, contra o Jorge Wilstermann, na reserva.
- Tenho que tratar de ajudar mais a equipe. Isso me custou um pouco com o profe Eduardo, é algo que estou melhorando aos poucos. Venho de uma liga totalmente diferente. Aqui, em duas bolas você já está atacando novamente. Na Colômbia é totalmente diferente, se joga mais pausado. E estamos trabalhando, não tem desculpas. Os dias em que não pude marcar foram difíceis para mim e para minha família, porque estava acostumado a marcar sempre. Em 2016 não passei mais de quatro, cinco partidas sem marcar. São momentos que você passa, já vivi na Itália, no Santa Fe, na Argentina - declarou ele, novo camisa 9 do Palmeiras:
- A verdade é que o número não jogava. Me senti cômodo com a 9 porque venho de várias temporadas usando a 9, mas com a 12 também estava cômodo porque é um número especial aqui. Graças a Deus não sou goleiro, porque aí sim teria uma pressão tremenda - completou.