Todos dizem que ela vai ser uma espécie de Marta do futsal feminino. Aos 23 anos, é uma das principais jogadoras da seleção brasileira. Campeã gaúcha pelo MGA Games em 2015, campeã do mundial universitário pelo Brasil, colecionadora de outros títulos e agora reforço do Ternana, campeão italiano na temporada passada, a ala e pivô caxiense Renatinha Adamatti foi liberada pelo clube só para jogar as finais do Estadual. Ela chegou nesta madrugada a Caxias do Sul e vai jogar neste sábado, às 20h, no Enxutão, contra o Celemaster. O ingresso custa R$ 5.
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– O clube tem uma estrutura bem grande, profissional mesmo. É totalmente diferente do que eu estava acostumada. A adaptação é difícil, não sei falar o italiano ainda, mas aos poucos vou entendendo mais e me adaptando. Estou trabalhando muito para buscar essa evolução em todos os aspectos o mais rápido possível. Tenho tempo ainda, estamos disputando amistosos para o campeonato principal, que só começa em outubro – conta a craque, que saiu do MGA no final de agosto para ser uma das estrelas da modalidade na Itália.
A admiração das ex-companheiras do time caxiense por ela é total, quase uma reverência.
– Cresci jogando bola com a Rê. Antes dela ir para a Itália, já tinha aparecido uma proposta para ela ir jogar fora do país e não foi. Lembro que a gente até xingou ela. A Renatinha está em um nível bem acima das demais. É seleção brasileira, só tem a crescer na Itália – diz a goleira Bruna Bueno.
Do outro lado do mundo, a artilheira do MGA, com 34 gols no Estadual, agora vive com outra turma. Mas quem disse que ela esquece das gurias daqui?
– Meu time tem quatro brasileiras, todas com dupla cidadania. O clube encaminhou meus documentos e logo vou obter a minha cidadania italiana também. Mas eu sinto falta das gurias do MGA, estou com muita saudade delas. Imagina, jogamos desde jovenzinhas. Infelizmente, no Brasil a gente não consegue sobreviver do futsal – destaca Renatinha.
Antes de voltar ao Brasil de surpresa, Renatinha brilhou em um dos primeiros amistosos pelo Ternana, marcando três gols e dando quatro assistências nos 8 a 3 sobre o Napoli.
O técnico André Machado sonhou todos os dias com a possibilidade:
– Ela é craque, a melhor jogadora do Brasil. É muito talentosa, nasceu com o dom e cada vez mais vai aperfeiçoar esse dom. Se eu tivesse uma Renatinha nas minhas equipes masculinas, eu seria um técnico realizado. A Renatinha jogaria facilmente em qualquer time masculino do país. Lógico que, na parte física, ela poderia ter algum problema na sequência de jogos por enfrentar homens, pela questão da diferença de musculatura. Mas, com a bola no pé, a qualidade técnica dela é fantástica.