A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público recomendou na última terça-feira (7) que o Sport Club Internacional se abstenha de pagar as próximas parcelas às empresas responsáveis pela montagem das estruturas temporárias da Copa do Mundo no Beira-Rio. O motivo é a inconsistência na prestação de contas apresentada pelas três empresas prestadoras de serviço, que serão pagas, indiretamente, com dinheiro público proveniente da isenção de impostos concedida aos parceiros privados que repassaram dinheiro para viabilizar as estruturas.
Segundo o Ministério Público, além da falta de documentos que atestem a correta aplicação dos recursos, medições de obras e serviços levantaram dúvidas sobre o preço do serviço realizado. Em alguns casos, o valor do aluguel dos equipamentos tem orçamento superior ao valor de aquisição. Desta forma, o promotor Nilson Rodrigues entende que os pagamentos devem ser suspensos até que as dúvidas sejam esclarecidas. Entre os documentos solicitados estão notas fiscais de serviços, locações e aquisições, além do as-built (desenho técnico que representa as estruturas incluindo as alterações ocorridas durante a obra).
A recomendação para suspender os pagamentos teve concordância do Internacional. "Ocorreram mudanças no projeto original em função dos prazos para entrega das estruturas complementares. Essas alterações precisam ser anexadas ao projeto original, para dar a maior transparência possível já que estamos tratando de dinheiro público", frisou o vice-presidente de Administração do Internacional, José Amarante.
A orientação para suspender pagamentos também dá mais tempo para o Internacional fechar a conta dos R$ 25 milhões de custo das estruturas temporárias. Até o momento, foram arrecadados pouco mais de R$ 17 milhões.
Pelo cronograma, no próximo dia 27 de julho as empresas Fast Engenharia, Rohr Estruturas Tubulares e Pazini Som, Luz e Festas devem receber mais R$ 5 milhões, mas a conta bancária tem saldo inferior a R$ 500 mil. A direção do clube garante que já existem outros parceiros privados em vista que devem ser anunciados em breve. Caso o clube não consiga novas parcerias, precisará arcar com uma diferença de mais de R$ 7 milhões.