O duelo entre Fluminense e Boca Juniors pelo título da Libertadores de 2023 reúne muitas histórias. Entre elas a possibilidade de redenção para um dos experientes goleiros. Peças decisivas para as chegadas de seus clubes à final, o argentino Sergio Romero e o brasileiro Fábio buscam revanche de finais perdidas.
Neste sábado (4), apenas um deles terá a oportunidade de dar a volta por cima e tirar da garganta o grito do campeão.
Com 43 anos completados em setembro, Fábio fez grande parte de sua carreira no Cruzeiro. Foram 17 temporadas e um total de 976 partidas com a camisa azul de Minas Gerais. Em 2009, ele esteve a menos de 30 minutos de conquistar a Libertadores até a Raposa sofrer a virada do Estudiantes na decisão disputada dentro do Mineirão.
Fábio conquistou dois Campeonatos Brasileiros e duas Copas do Brasil ainda pelo clube mineiro, mas não voltou a ter a chance de jogar uma final de Libertadores. Quis o destino que ela viesse pelo Fluminense, time que lhe acolheu após uma saída inesperada de Belo Horizonte no começo do ano passado.
A final ainda terá um outro dado especial. Fábio completará contra o Boca Juniors o seu jogo de número 100 na Libertadores.
— Nem nos melhores dos meus sonhos poderia imaginar vivenciar esta marca chegando na grande final, no Maracanã. Nosso estádio, nossa casa, diante do nosso torcedor. Deus sempre prepara da melhor forma, a gente tem que ter fé, trabalhar muito para ser merecedor, porque Deus é justo. Então sou muito grato e agradeço à torcida que me abriu as portas para que eu pudesse cumprir esse propósito — declarou em entrevista à Conmebol Fábio, o jogador brasileiro com mais partidas na história da Libertadores.
Romero e a Copa do Mundo
Diferentemente de Fábio, que construiu toda a carreira no futebol brasileiro, Sergio Romero, de 36 anos, deixou o Racing, clube que se formou, para atuar no AZ Alkmaar-HOL quando tinha apenas 20. Na Europa ainda defendeu Sampdoria, Monaco, Manchester United e Venezia antes de voltar ao seu país, no ano passado, para vestir a camisa do Boca Juniors.
Os anos de Europa lhe valeram uma longa trajetória na seleção argentina, onde é o goleiro recordista de jogos, com 96 partidas. Foram duas Copas do Mundo, a última no Brasil, quando foi vice-campeão perdendo a final para Alemanha justamente no Maracanã, o palco da decisão deste sábado.
Ainda que o assunto apareça entre torcedores e na imprensa argentina, Romero tratou de evitar comparações com a final da Copa do Mundo.
— Não é uma revanche voltar ao Maracanã. Os momentos que passaram não podemos mudar — resumiu ao ser questionado sobre tema.
A maneira de se esquivar ao falar da final de 2014, no entanto, não significa que Romero não esteja confiante para o jogo deste sábado. Pelo contrário, em entrevista a Conmebol ele demonstrou bastante otimismo na conquista do Boca.
— Tenho uma fé cega de que as coisas vão dar certo, de que vamos ganhar. Eu vou feliz para o jogo. Vamos com o desejo de entregar ao Boca e para sua torcida a sétima Libertadores, que é o que todos desejam há muito tempo — reiterou.
Romero tem razão ao dizer que momentos passados não podem ser mudados. Mas neste sábado só um dos goleiros poderá ter um outro final, o de sair do Maracanã feliz e não repetir derrotas já vividas.
Fábio na Libertadores
- 12 jogos
- 11 gols sofridos (0,9 por jogo)
- 36 defesas (média de 3 por jogo)
Sergio Romero na Libertadores
- 12 jogos
- 5 gols sofridos (0,4 por jogo)
- 34 defesas (2,8 por jogo)
Fonte: Sofascore