No Brasileirão 2024, o Inter só fez dois gols em uma partida, a primeira, o 2 a 1 em cima do Bahia. A equipe tem o quarto pior ataque da Série A. Por mais que a defesa segure e seja a melhor da competição, a falta de força ofensiva mantém o time de Eduardo Coudet longe da parte de cima da tabela. O que não deixa de ser um contraste com o técnico que nunca escondeu a preferência por atacar e que já declarou preferir ganhar de 4 a 3 do que de 1 a 0.
Os números ajudam a explicar essa carência do Inter. Pegando apenas índices do Brasileirão, o Inter tem o quarto pior ataque. Supera apenas Grêmio, Fluminense e empata com o Corinthians, mas os colorados têm jogos a menos. Foram 12 gols em 13 partidas, uma média de um a cada 97 minutos.
O Inter tem dificuldades para fazer gol, também, porque finaliza pouco. E mal. Segundo o FootStats, o time é o quarto que menos conclui no Brasileirão. E só fica à frente do Grêmio no quesito pontaria: é o 19º colocado em se tratando de acertar a direção do gol.
A criação também deixa a desejar. Em 13 partidas, foram 24 grandes chances, de acordo com o Sofascore. Segundo o site de análises, esse conceito consiste nas oportunidades construídas em situações de um contra o goleiro, com liberdade para concluir, quando a trave está vazia ou em pênalti. Onze equipes do Brasileirão superam o Inter nesse quesito. O Flamengo lidera, com 38.
Na prática, portanto, o Inter cria pouco e, quando consegue, não aproveita. Mais ou menos como disse o volante Rômulo, na derrota para o Vasco:
— Precisamos de uma eficiência maior no último terço do campo. Estamos conseguindo chegar lá na frente, o problema é ser efetivo. Talvez precisemos mudar o jeito da finalização. Na minha visão, criando boas oportunidades, porém não estamos convertendo.
Claro, é preciso citar um fator fundamental. O Inter contratou dois dos melhores atacantes da América do Sul, um da seleção equatoriana, outro da colombiana, e não pôde usá-los. Valencia e Borré atuaram juntos em apenas um jogo do Brasileirão, contra o Cuiabá.
— Criamos chances e não convertemos. Treinamos chutes a gol, treinamos tudo. Se temos de buscar culpado, sou eu. Mas criamos chances, os atacantes querem isso. Está faltando finalizar — disse Coudet.
Valencia deve voltar ao time na quarta-feira. Ele treinou normalmente nesta segunda (8) depois de ter sido desfalque no domingo por causa do desgaste da viagem. O jogador voou de Houston para o Brasil e chegou em Florianópolis no sábado. Em Porto Alegre, só desembarcou à noite. Ao fazer exames, foi constatado que o mais prudente seria deixá-lo de fora do confronto com o Vasco por risco de lesão.
Com o equatoriano, renasce a esperança de mais qualidade no ataque. Com 19 gols vestindo a camisa colorada, ele é o segundo maior goleador do Inter no grupo atual. Só Alan Patrick, somando sua primeira passagem, marcou mais vezes.
É na dupla, aliás, a aposta colorada para dar a volta por cima na temporada. Na quarta-feira, os dois devem formar o ataque diante do Juventude, pela Copa do Brasil. O torneio mata-mata ganhou protagonismo no ano do Inter.
Inter no Brasileirão
- 13 jogos
- 12 gols (17ª do campeonato)
- 166 finalizações (17ª do campeonato)
- 58 finalizações certas (19ª do campeonato)
- 24 grandes chances de gol (12ª do campeonato)
*Sofascore e FootStats