Com todas as dificuldades, maratona de jogos, problemas no voo, gramado ruim e certa pressão pelo mau começo na Sul-Americana, o Inter volta de Manta, no Equador, com boa condição para se classificar na competição continental. O 2 a 1 sobre o Delfín deixa o time na segunda posição, empatado em pontos com o Belgrano, atrás no saldo de gols. No returno dessa fase de grupos, terá dois jogos em casa, Delfín e Belgrano, e visitará o Tomayapo.
Se não foi uma partida brilhante — e não foi, admitido por todos —, ao menos o Inter venceu. E era isso o que pesava entre a noite de quinta-feira e a madrugada de sexta. Coudet fez uma análise do cenário:
— Sabíamos que seria difícil, tivemos complicações com a viagem, que demorou muito. O grupo está bem. Achava que o jogo seria de rebote, que o adversário apostaria na bola parada. A Conmebol cobra muito isso, mas temos de ter outro tipo de campo. Era muito ruim, pintado de verde, é só ver as chuteiras dos jogadores. Isso complica também. Criamos mais situações. Mas mesmo com essas dificuldades, teríamos de vencer. E o grupo venceu.
Coudet lamentou a falta de sorte de que o primeiro chute do Delfín na direção do gol encontrou o cantinho de Rochet, impossível de ser defendido. Ao mesmo tempo, o técnico comemorou mais um gol de Wesley, o terceiro em quatro jogos, e, principalmente, com o primeiro de Borré.
— Todos os que trabalham com ele sabem que entrega o coração para o time e faz um grande esforço — comentou Coudet.
O técnico pediu compreensão e apoio da torcida para domingo. O Inter recebe o Atlético-GO às 20h pela quarta rodada do Brasileirão. E o Beira-Rio terá de ser o aliado do time, na visão de Coudet:
— Domingo vamos precisar muito da torcida. Amanhã (sexta) chegamos à tarde e já temos treino. Queremos voltar a ganhar em casa. O apoio é sempre fundamental, mas dessa vez é diferente, exige um grande esforço. Vamos necessitar desse combustível a mais. Agora terminou aqui, era uma vitória necessária. Estou feliz pelos jogadores, pelo esforço.
Wesley também falou sobre sua boa fase:
— Para mim é importante estar marcando, ajudando a equipe. A vitória era importante para seguir vivo e brigar pela primeira posição, que é nosso objetivo. Estou feliz, né? A sensação de fazer gol é sempre boa. É o momento mais esperado do futebol. Essa fase de três gols é ótima. Era inegociável vencer. Tínhamos de vir, brigar, vencer. O campo pintado de verde. Nem todos os dias vão sair da forma como treinamos, mas precisamos lutar pela vitória.
E, claro, Borré. Ele admitiu a pressão por não ter marcado e agora está mais leve.
— Um pouco de alívio, de tranquilidade. Estava buscando, sempre tinha alguma coisa, era o travessão, o goleiro, o zagueiro tirou na linha. O atacante precisa de gols, e isso também ajuda o time. Celebrei bastante porque era o sentimento que tinha, precisava fazer um gol com essa linda camiseta — comemorou.
O Inter desembarca no início da tarde, após passar a madrugada e a manhã viajando. Treinará ao chegar em Porto Alegre. No sábado, faz um último treino antes da partida de domingo. O técnico, na melhor das hipóteses, contará com os retornos de Fernando e Alario.